8 de Janeiro

Bolsonaro não vai a protesto por morte de apoiador que estava na cadeia por tentativa de golpe

Manifestantes de reuniram na Avenida Paulista, com participação de vários políticos, pedindo saída de Alexandre de Moraes do STF

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Estadão Conteúdo

Publicado em 26/11/2023 às 19:39 | Atualizado em 26/11/2023 às 19:40
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Um protesto em reação à morte de Cleriston Pereira da Cunha, réu no processo do 8 de janeiro morto na penitenciária da Papuda após um mal súbito, reuniu centenas de bolsonaristas na Avenida Paulista neste domingo, 26. O ato, que interrompeu completamente o trânsito no local, foi convocado pelo pastor Silas Malafaia e pelo senador Magno Malta (PL-ES).

A maior parte dos discursos mirou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator do caso, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, chamado de "ladrão" pelos manifestantes. Quem passou pelo local também podia ouvir "fora, Xandão". O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) pediu para que quem quisesse o magistrado "fora de sua cadeira" desse um grito.

BOLSONARO NÃO COMPARECEU, MAS FOI LEMBRADO NOS DISCURSOS

O ex-presidente Jair Bolsonaro não compareceu, mas foi lembrado em palavras de ordem, como as que pediam seu retorno ao poder, registradas por diversos apoiadores nas redes - entre eles, o ex-secretário de Comunicação e advogado do ex-presidente Fábio Wajngarten.

Bolsonaro não poderá se candidatar a cargos eletivos pelos próximos oito anos, em razão de condenações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pela reunião com embaixadores, na qual fez alegações sem provas contra o sistema de votação eletrônico e pelo uso eleitoral de atos cívicos do sete de setembro em 2022.

CLERISTON MORREU APÓS PEDIR PARA RESPONDER PROCESSO EM LIBERDADE

Cleriston morreu depois de pedir, ainda em fevereiro, para responder ao processo em liberdade por causa de problemas de saúde. Ele tinha sequelas da covid-19 e o advogado chegou a dizer ao STF, em abril, que a manutenção da prisão poderia ser uma "sentença de morte".

A defesa do réu apresentou um habeas corpus ao STF, mas o relator, ministro André Mendonça, negou o pedido. O magistrado decidiu com base em questões processuais e técnicas, sem mencionar as informações sobre as condições de saúde do preso. Na decisão, o ministro aplicou a jurisprudência de que não cabe habeas corpus contra ato da própria Suprema Corte. Só poderia haver o questionamento da prisão por meio de recurso dentro do próprio processo.

Durante a sustentação oral do recebimento da denúncia, em abril, realizada em abril, o advogado Bruno Azevedo de Souza chegou a dizer que "a prisão pode acarretar uma sentença de morte". Na ação, citou um "quadro de vasculite de múltiplos vasos" e "miosite secundária à covid-19" - uma espécie de dano aos músculos como consequência da doença.

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