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Indicação de Flávio Dino para o STF é analisada por cientistas políticos

Flávio Dino foi indicado por Lula, nesta segunda-feira (27), para ocupar cargo da ex-ministra Rosa Weber

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Cadastrado por

Tainá Alves

Publicado em 28/11/2023 às 15:24 | Atualizado em 28/11/2023 às 15:26
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Nesta segunda-feira (27) o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) indicou o ministro da Justiça, Flávio Dino, para vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). O nome do ministro será analisado pelos senadores nos próximos dias, porém os parlamentares de oposição não receberam a indicação positivamente. Os cientistas políticos Adriano Oliveira e Priscila Lapa analisaram a indicação.

Adriano Oliveira, em entrevista à Rádio Jornal nesta terça-feira (28), destacou que o Chefe do Palácio do Planalto poderia ter feito uma escolha que agradasse grupos que não são favoráveis ao seu governo. 

"Ele poderia ter feito um gesto para os evangélicos. Quando nós estamos diante das pesquisas de opinião tanto qualitativas como quantitativas é muito claro que a reprovação do presidente Lula cresce entre os evangélicos. Isso foi visto no período eleitoral e estamos vendo agora, então ele poderia ter indicado o Advogado Geral da União Jorge Messias que é evangélico e consequentemente daria uma sinalização para esse segmento tão importante no eleitorado brasileiro", destacou o cientista. 

 

PENSANDO NO FUTURO

Já para a cientista política Priscila Lapa a escolha de Flávio Dino foi muito positiva para o presidente Lula, pois ele é um dos principais suportes do político nesse mandato. 

"Não se trata exatamente de uma surpresa a escolha de Lula. O perfil combativo do indicado pode ser um elemento importante em embates que possam dividir a Corte. Por outro lado, vem-se exigindo uma atuação cada vez menos enviesada do STF, o que requer ainda mais um perfil de ministros que possam ter uma atuação mais centrada, mais equilibrada", disse. 

Lapa também destacou que é necessário saber como Dino "irá se comportar (se aceito pelo senado) diante desse novo momento em que se exige do STF o máximo de equilíbrio na tomada de decisões".

ENFRENTAMENTO AOS SEGUIDORES DE BOLSONARO 

Segundo Adriano Oliveira, Flávio Dino representa um enfrentamento ao bolsonarismo, pois Lula procura nomear alguém como o mesmo estilo de Alexandre de Moraes

"Lula não está pensando apenas nesse instante, ele está pensando se porventura vier a perder as eleições de 2026, como também está pensando o futuro de repente o bolsonaroismo volta ao poder ou um candidato a Extrema direita volte ao poder. Então, será necessário um bom combatente lá no Supremo Tribunal Federal para enfrentar assim, como fez Alexandre Moraes", explicou. 

Oliveira ainda relatou que o Presidente da República busca alguém que a qualquer tentativa contra a democracia possa defender. 

"Aquelas pessoas que foram contra a democracia, o STF reagiu aí eu comparo com a Lava Lato, quem exacerbou na corrupção foi punido pela operação. Então, as instituições brasileiras elas não permitem exacerbação de algum ato elas combatem quando elas sentem confrontadas fortemente", explicou o cientista político. 

INDICAÇÃO FEMININA 

De acordo com Priscila Lapa a não escolha de uma mulher para o cargo, visto que a cadeira era ocupada pela ex-ministra Rosa Weber, é algo que ainda poderá ter algum custo para o presidente. 

"A expectativa não era á toa: trata-se de um governo e de uma liderança que historicamente se comprometeu com essa pauta. Já começam a circular nas redes as imagens da posse - que exaltava a diversidade, com a prática. Isso pode ter um custo para o eleitorado mais ideológico", declarou a cientista

Já Adriano Oliveira destacou que Lula tem deixado à desejar em alguns quesitos sobre a diversidade divulgada na campanha. 

"Lula não recebeu nenhum movimento feminista e nem também dos negros para discutir essa questão, por quê? Porque não é pragmático Lula não escutou assim o PT para Lula é um partido que ele ajudou a construir, mas Lula é um político moderado. Ele é um político de centro. Lula é um político do sistema e ele sabe que não pode contra o sistema", pontou Oliveira. 

 


 

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