GESTÃO

João Campos aponta entregas da gestão e defende que 2024 será melhor, mas evita aprofundar debate sobre eleições

Em debate na Rádio Jornal, o prefeito do Recife falou sobre os desafios da cidade, realizações, previsões para 2024 e fez críticas ao governo de Pernambuco, mas evitou aprofundar discussões sobre as eleições do próximo ano

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Adriana Guarda

Publicado em 14/12/2023 às 16:06
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O prefeito do Recife, João Campos (PSB), participou de debate na Rádio Jornal nesta quinta-feira (14). Em conversa com os jornalistas Natália Ribeiro, Igor Maciel e Fernando Castilho, ele fez uma avaliação dos seus 3 anos de gestão e apontou as entregas que pretende fazer até o final do mandato. Sobre as eleições municipais do próximo ano, evitou aprofundar o debate, dizendo que as discussões devem acontecer "em tempo oportuno".  

"Nosso tempo é finito. Se a gente ficar só cuidando de política deixa de ter tempo de cuidar da cidade", disse. Sobre a possibilidade de disputar a reeleição contra um candidato do PT, João Campos afirma que existe uma construção política nacional entre PT e PSB, que contribuiu para a eleição do presidente Lula. Também lembrou que o partido dos trabalhadores compõe o seu governo e, além disso, tem participado de reuniões nacionais com a legenda. 

QUANTO MAIS MELHOR

Animado, o prefeito comenta o desempenho de seu governo apontando recordes e avanço exponencial dos números em algumas áreas. Os dados, para além de mostrar o empenho da gestão, expõem um Recife com muitos desafios a enfrentar. Moradia, por exemplo, é um tema urgente e que nunca sai da agenda. 

O déficit habitacional da capital pernambucana é de 70 mil unidades. São famílias que moram em casas improvisadas, em palafitas às margens dos rios, em áreas de risco ou ocupando prédios vazios. Ao longo dos últimos anos, a promessa de entrega de conjuntos habitacionais não se concretizou. João Campos ressalta que o investimento em moradia cresceu quatro vezes na sua gestão. 

"O orçamento médio da prefeitura para moradia era de R$ 30 milhões. Este ano vai fechar com R$ 120 milhões", compara. O prefeito adianta que em 60 dias serão entregues mil unidades habitacionais. Ele ressalta que o déficit municipal vai além das condições de moradia, mas também da relação com a renda, fazendo referência ao comprometimento excessivo da renda, que não permite às pessoas ter como pagar para alugar ou comprar uma casa.  

João Campos também comenta a desarticulação da política nacional de habitação nos últimos 6 anos e comemora seu retorno com o governo Lula. "No primeiro edital do Minha Casa Minha Vida o Recife conquistou 1,4 mil unidades habitacionais. E na nossa nova lei de politica de moradia, incluimos o aluguel assistido (para a população de baixa renda)" observa. 

Ainda na área de habitação, 10 mil pessoas em áreas de risco foram contempladas com obras de proteção. Já o Programa Parceria, em que a Defesa Civil do Recife fornece projeto, material e orientação técnica/social para intervenções em áreas planas e morros, enquanto a população entra com a mão de obra, foram realizadas 1.200 obras.  

40 ANOS EM 4

Durante o debate na Rádio Jornal, o prefeito falou sobre o avanço na construção e reforma de creches, trazendo novamente recordes e números superlativos. 

"A primeira vaga de creche do Recife foi criada em 1981 e eu asumi a prefeitura em 2021. Nesse intervalo de 40 anos existiam 6.500 crianças matriculadas. Até o final do meu mandato nossa meta é ter mais 6.500 vagas, lembrando que hoje já são 4 mil matriculados. É o equivalente a fazer 40 anos em 4", afirma.  João Campos também lembra que contratou 1000 professores. "Foi o maior concurso da história e com prova prática", destaca. 

INVESTIMENTO RECORDE

No rol de recordes enumerados por João Campos, ele cita os investimentos. O gestor chega ao final dos 3 anos de mandato tendo captado mais de R$ 2 bilhões de crédito internacional, com o aval do Tesouro Nacional, além de atingir nível recorde de investimentos neste ano, alcançando R$ 700 milhões.

"Para 2024 nossa expectativa é alcançar R$ 1 bilhão e nos tornar a primeira cidade do Nordeste brasileiro em investimento", aposta. 

ORLA PARQUE EM 2025 

Durante a conversa com os jornalistas do Sistema Jornal do Commercio de Comunicação, João Campos, disse que seus projetos têm classificação. Uma categoria são os projetos que não estavam no plano de governo, como o projeto Orla Parque.

Com investimento estimado em R$ 112 milhões, a proposta é integrar as praias de Boa Viagem, Pina e Brasília Teimosa, transformando os 11 km da costa do Recife em um parque linear com novos espaços multifuncionais. Questionado se terá tempo para concluir dentro do prazo, ele disse que se trata de uma obra muito grande. 

"Nós já começamos, mas é uma obra faseada. Entregamos 60 quiosques, os primeiros banheirose  até o inicio de fevereiro vamos concluir a licitação para começar a obra do calçadão, da ciclofaixa. Serão 24 meses para execução", afirma. Isso quer dizer que a inauguração será na sua segunda gestão (caso dispute e vença as eleições) ou de um novo prefeito (a). 

CRÍTICAS A RAQUEL NA SEGURANÇA

Questionado sobre o aumento da violência do Recife, João Campos disse que o problema não é algo específico da cidade, mas um fenômeno que vem ocorrendo em todo o estado de Pernambuco. "Recife não é uma ilha", disse. 

Sem citar diretamente a governadora Raquel Lyra ou o caso do desligamento das câmeras de videomonitoramento no estado, João Campos afirmou que "a nossa parte a gente está fazendo" e que as únicas câmeras públicas ativas na cidade são da Prefeitura do Recife.  

MENSAGEM FINAL

Na sua mensagem final ao ouvinte, o prefeito disse que vai manter o ânimo em 2024. "Eu tô animado, trabalhando, disposto. Na vida vida você não consegue ter resultado se não estiver entusiasmado. Neste ano a gente trabalhou muito. Batemos recorde em investimento e tenho certeza que o próximo ano será ainda de mais entrega e mais resultado", defende.

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