8 de janeiro

Especialistas debatem atos do 8 de janeiro de 2023 na Rádio Jornal

Nesta mesma data no ano passado os três poderes em Brasília, o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal sofreram ataques

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Tainá Alves

Publicado em 08/01/2024 às 16:21 | Atualizado em 08/01/2024 às 18:37
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Na manhã desta segunda-feira 8 de janeiro o Dr. André Régis, jurista e PHD em Ciência Política, o professor de políticas públicas Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e cientista político, Artur Leandro e o Dr. Wellington Saraiva membro do Ministério Público Federal professor e mestre pela Universidade de Brasília participaram do programa Debate em Rede da Rádio Jornal para discutir sobre os atos que ocorreram neste mesmo dia em 2023, em Brasília.  

No dia 8 de janeiro do ano passado os três poderes, o Palácio do Planalto (poder Executivo), o Congresso Nacional (poder Legislativo) e o Supremo Tribunal Federal (poder Judiciário), sofreram invasões e depredações cometidos por de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

CONDIÇÕES PARA O GOLPE  

Os especialistas foram questionados sobre as ações referentes data que marcavam apenas oito dias da posse do Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Sila (PT). 

O jurista André Régis declarou que às pessoas que se envolveram indo para as ruas, financiando os atos ou na frente dos quartéis "estavam com a manifestação bem clara de criar as condições para o golpe". 

Régis usou a entrevista do Ministro da Defesa, José Múcio, ao portal UOL como exemplo, para explicar que até o momento não foi revelado o articulador das práticas. 

"Quem financiava? Nesse sentido parece que o desejo coletivo havia um desejo do golpe as pessoas fizeram uma leitura da história de que se houvesse o chamado das forças armadas iriam fizeram toda aquela "baderna". Destruíram o patrimônio público invadiram as Praça dos Três Poderes para criar o ambiente propício ao golpe no entanto como também afirma o o ministro José Múcio as forças armadas não foram e por conta disso não houve o golpe", disse o PHD. 

"Será que foi somente por conta das Forças Armadas? Hoje o conceito de golpe contra a democracia tem sido modificado ao longo do tempo aquela ideia de uma junta militar para governar isso não próspera nos dias atuais em um país com uma complexidade com o Brasil. Então, eu acredito que aquelas pessoas que estavam nas ruas, elas desejavam o golpe pelas Forças Armadas contra o governo eleito até mesmo porque para elas havia uma ilegitimidade ou seja aquela coisa das urnas de que há ou houve fraude", continuou. 

Para finalizar a questão o especialista definiu o dia como extremamente negativo para história do Brasil. 

RESPONSABILIDADE DE BOLSONARO

O cientista político, Arthur Leandro, concordou com o ponto de vista do jurista, André Régis, afirmando que havia uma demanda por intervenção.  

"Fo uma saída não democrática para o resultado das urnas e a posse do presidente Lula que tinha acontecido na semana anterior. Havia uma uma demanda de um grupo que estava claramente organizado naquela situação porque não foi uma turba. Havia uma organização tática do ponto de vista de avanço sobre os prédios públicos havia uma mobilização o jeito que eles marcharam na Praça dos Três Poderes", disse o professor. 

Para Leandro havia uma organização que era a expressão dessa demanda. "Um desejo de que algo efetivamente acontecesse do ponto de vista da oferta, ou seja das lideranças que se apresentavam como os beneficiários do golpe militar". 

"Havia uma aproximação uma presença de parte dos dos manifestantes em frente aos quartéis naquele momento então já sinalizava que havia uma expectativa de que algo ia acontecer dentro de um prazo", alertou o professor. 

O professor da UFPE detalhou que "as pessoas assumiriam eventualmente um poder numa situação em que o golpe fosse bem sucedido".

"Então, a gente passa nesse momento a pensar qual seria o papel e qual seria a responsabilidade do ex-presidente do Bolsonaro nesse processo. Uma vez que sabemos que o a figura de uma é de um condutor de um político. Ele se dá basicamente por ser medido pelo seu grau de investimento num determinado desfecho isso seja um governante ou seja uma liderança política é que tá militando na determinada área", destacou Leandro.  

MOVIMENTO INICIOU EM 2018

Já o Dr. Wellington Saraiva analisou os atos de janeiro do ano passado como a conclusão de um movimento que iniciou em 2018. 

"Esse dia oito de janeiro de 2023 deve ser entendido em um contexto em um processo de atos que começou é por volta de 2018, quando o então, candidato Jair Bolsonaro já atacava o sistema eleitoral brasileiro sem jamais apresentar nenhuma prova das vulnerabilidades e das possíveis fraudes", disse o professor. 

Saraiva chamou atenção que o ex-presidente jamais apresentou o porquê do sistema eleitoral não ser seguro.

"Ele é extremamente seguro, ele é completamente aditável, é acompanhado especializado por instituições independentes fora da Justiça Eleitoral e nunca, jamais houve a demonstração de uma vulnerabilidade como o ex-presidente Bolsonaro afirmava", pontuou.

ELEIÇÕES 2022

Dr. Saraiva continuou discorrendo sobre os questionamentos referentes ao sistema eleitoral, desta vez os que ocorreram após Jair Bolsonaro ter perdido o pleito de 2022 para o petista.  

"Ele continua afirmando que o sistema eleitoral brasileiro não é seguro sempre sem apresentar nenhuma prova em 2019. O deputado federal o Eduardo Bolsonaro (PL) afirma que existente hoje toda a possibilidade de se decretar novamente um AI-5 cinco e pouco tempo depois o ministro da da economia Paulo Guedes mencionou também que não seria surpresa se alguém pedisse a decretação de um AI-5", disse o professor.

O Ato Institucional nº 5 que o Dr. Wellington Saraiva mencionou foi um decreto emitido pela Ditadura Militar durante o governo de Artur da Costa e Silva no dia 13 de dezembro de 1968. O AI-5 foi compreendido como o marco iniciou o período mais sombrio da ditadura. 


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