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"O bolsonarismo não tem força para eleger um presidente", diz especialista ao analisar atos do domingo (25)

O cientista político analisou os atos dos bolsonaristas e as ações de Jair Bolsonaro, em entrevista na Rádio Jornal

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Tainá Alves

Publicado em 26/02/2024 às 14:37
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Neste domingo (25), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) realizou um ato na Avenida Paulista. Na ocasião, Bolsonaro afirmou que sofre uma perseguição e citou indiretamente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ao exaltar seus apoiadores, ele disse que "é possível ver um time de futebol sem torcida ser campeão, mas não entende como existe um presidente sem o povo ao lado".

Para analisar a manifestação, nesta segunda (26), a Rádio Jornal convidou o cientista político, Adriano Oliveira. O especialista destacou ação como uma "demonstração de fraqueza do ex-presidente". 

"A manifestação de ontem, ela mostra a fraqueza do ex-presidente Jair Bolsonaro. Porque da sua fraqueza? Em nenhum no momento ele fez no seu discurso ataque as instituições e nós sabemos que o presidente ele é uma pessoa compreendida, ele não admite diálogo, ele não admite alianças e nem respeita as instituições. Portanto quando ele pede para que os manifestantes não levem cartazes atacando o Supremo Tribunal Federal e lá no trio elétrico, ele não faz menções ao STF nem critica nenhuma das instituições. Isto mostra que ele está com receio de vir ser vitima das instituições com possível, inclusive prisão e consequentemente ele não mais poder ser candidato a presidencia da República", disse Oliveira. 

"O BOLSONARISMO NÃO TEM FORÇA PARA ELEGER UM PRESIDENTE', DIZ ESPECIALISTA

Para Adriano Oliveira, o ex-presidente não conseguiria se eleger, pois para ele, atualmente, o bolsonarismo só tem força para eleger parlamentares. 

"O bolsonaroismo não tem força, hoje, para eleger um Presidente da República, a não ser que o governo do Lula seja uma tragédia ou haja um grande escândalo de corrupção que venha atingir o atual governo", explicou.

Além disso, o cientista político relembrou que Jair Bolsonaro não vai poder disputar as eleições de 2026 e deve ser substituído pelo governador de Goiás, Ronaldo Caiado, ou pelo governador de Minas Gerais, Romeu Zema, ou até mesmo pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.

TENTATIVA DE GOLPE E ANISTIA

Durante a entrevista, Oliveira, destacou que acredita que o ex-presidente estava "acuado" durante os atos do domingo (25). 

"As manifestações mostraram um presidente que recuou, mas as instituições não confiam nele. Não confiam de modo algum e não tem como confiar. Inclusive, quando ele propõe a "anistia" eu vejo isso é muito difícil uma tentativa de golpe é diferente de um grande escândalos de corrupção", explicou. 

Segundo o especialista, são situações muito diferentes e que diante de uma tentativa de golpe é impossível confiar. 

"Se você quer me dar um golpe, como é que eu posso confiar em você? É diferente de você praticar um ato de corrupção. Nos atos de corrupção as instituições vão lá corrigem. Como foi com o fim da Lava Jato, mas em uma tentativa de golpe as instituições do STF, os próprios políticos têm medo de dar todo o poder Jair Bolsonaro, porque não é confiável. Ele pode dar um golpe", afirmou. 

BOLSONARISMO NAS ELEIÇÕES MUNICIPAIS 

De acordo com a análise de Adriano Oliveira, da mesma forma que o bolsonarismo não teria condições de eleger um presidente, não deve ter vitórias de muitos prefeitos, mas sim de vereadores. 

"O bolsonaroismo é bom para eleger vereador, deputado estadual e deputado federal, mas ele terá dificuldades de eleger prefeitos pelo fato de que as pesquisas que eu tenho feito mostram claramente que a lógica da eleição municipal é uma lógica local. Ou seja quando eu pergunto ao eleitor "Jair Bolsonaro e Lula influenciam na decisão do seu voto para prefeito?".  Em média de 60% a 70% declara que não, portanto aqueles prefeitos bem avaliados e são aliados de Bolsonaro ou  de Lula podem ser eleitos, isso é normal. Não vai ser uma conjuntura nacional, não vai ser o bolsonarismo que vai interferir na escolha do eleitor na eleição municipal. O que vai interferir é se o posto médico está funcionando se tem médico se tem remédio", disse. 

 O PL SAIU FORTALECIDO DO ATO DE ONTEM?

O presidente do PL em Pernambuco, Anderson Ferreira, afirmou que o Partido Liberal saiu mais forte do ato deste domingo (25), porém segundo o cientista político isso não é verídico. 

"Olha com todo respeito ao ex-prefeito de Jaboatão, como o PL pode estar em fortaleza se no último sábado a Folha de São Paulo, trouxe um dado e que o registro do PL pode vir a ser cassado. Se for comprovado o uso de fundo partidário para alguma atividade que tenha o interesse de promover o golpe militar", afirmou o especialista. 

"Existem evidências de que muitos políticos que estão hoje no PL e vão fugir do PL nesse mês de março com receio do partido perder o registro", continuou Adriano Oliveira. 

 

 

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