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Moro diz que PT tem medo de Rosângela e por isso tentou barrar mudança de domicílio eleitoral

O PT argumentou que Rosângela está vinculada ao domicílio de São Paulo em razão do cargo eletivo que ocupa

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Estadão Conteúdo

Publicado em 10/03/2024 às 15:27
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O senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) reagiu com ironia à ação judicial apresentada pelo Partido dos Trabalhadores (PT) para barrar a tentativa de mudança de domicílio eleitoraL da deputada federal Rosângela Moro (União Brasil-SP). O parlamentar publicou em sua conta oficial na rede X que é "digno de nota o medo que o PT tem" da sua mulher, mesmo, segundo ele, sem "eleições no horizonte". Atualmente, o senador é alvo de um julgamento por abuso de poder econômico que pode cassar seu mandato e abrir o caminho para uma eleição suplementar ao cargo

O PT argumentou na ação apresentada no último sábado, 9, que Rosângela está vinculada ao domicílio de São Paulo em razão do cargo eletivo que ocupa e que, portanto, não poderia alterá-lo enquanto exerce o mandato como deputada eleita pelos paulistas. A parlamentar foi eleita com mais de 217 mil votos pelo Estado nas eleições de 2022.

Em nota enviada ao Estadão, Rosângela diz que "transferência do domicílio eleitoral é um direito de todo cidadão brasileiro" e afirma que "continuará a representar o Estado de São Paulo e sua população, mantendo, inclusive, seu escritório de representação aberto na capital paulista e a agenda nas demais cidades do Estado.

Vaga de Moro é alvo de disputa

A tentativa de troca de domicílio de Rosângela, a movimentação judicial do PT e a reação de Moro ocorreram sob o mesmo pano de fundo: o julgamento por abuso de poder econômico que pode cassar o mandato do senador e abrir o caminho para uma eleição suplementar, o que desperta interesse em políticos petistas e reações da família Moro para não perder o espólio no Paraná.

Com a mudança de seu domicílio eleitoral de São Paulo para o Paraná, Rosângela fica habilitada a concorrer à vaga do marido numa eventual cassação. A deputada teria a possibilidade de recorrer ao capital político de Moro no Estado, onde foi eleito com 1,9 milhão de votos.

Ao mesmo tempo, petistas paranaenses como a presidente do partido, Gleisi Hoffmann, e o deputado federal Zeca Dirceu também se movimentam nos bastidores para eventualmente disputar a vaga de Moro. Para o PT, é estratégico impedir que Rosângela concorra com o objetivo de não ter que disputar contra uma adversária apadrinhada por um político de expressão no Estado.

A ação do PT contra Rosângela está vinculada aos diretórios do partido em São Paulo e no Paraná. Segundo os autores, "mesmo que o conceito de domicílio eleitoral seja mais elástico do que o domicílio civil", o local com o qual um candidato se identifica não deve ser "mero formalismo" para o registro da candidatura. Os autores também argumentam que o domicílio garante ao eleitor que o parlamentar, de fato, irá representar os interesses de um determinado local.

A presidente do PT usou a tentativa de mudança de domicílio para antagonizar Rosângela e disse em publicação nas redes sociais que o movimento da deputada simboliza um "desprezo pela população paranaense". Gleisi ainda acusou o casal de serem "moralistas sem moral". A mulher de Moro, por sua vez, também rebateu com ironia as críticas da adversária: "Chora, Gleisi".

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