GOLPE MILITAR

Para evitar arestas com militares, Lula cancela atos em memória dos 60 anos do golpe militar, diz jornal

Palácio do Planalto informou que não iria comentar o assunto

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JC

Publicado em 10/03/2024 às 11:09
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Atos, solenidades e produção de materiais em memória dos 60 anos do golpe militar estão cancelados, segundo determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ao menos essa tem sido a orientação que o chefe do Executivo tem dado aos ministros e demais integrantes do seu governo. 

Segundo as informações publicadas pelo jornal Correio Braziliense, o presidente não quer criar novos conflitos os militares, ainda que se tenha um outro tipo de relação com a atual geração das Forças Armadas em relação a daquele período. Outro ponto avaliado são as rusgas causadas pelos atos do dia 8 de janeiro, que contou com oficiais apoidores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em uma tentativa de impedir a pesse do petista. 

O Correio também afirmou, segundo apuração, que Lula teria se reunido com o ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio de Ameilda, na última quinta-feira (7), no Palácio do Planalto, para debater a questão. A programação que estava sendo prevista para lembrar a data, agora passa por uma revisão após a determinação do presidente da República.

Para evitar os atos em memória aos chamados "anos de chumbo", a criação do Museu da Memória e da Verdade, e que deveria ser inaugurado neste dia 31 de março, também está suspensa e não deverá sair do papel. 

REMOENDO AO PASSADO

A publicação do Correio Braziliense lembra que o próprio presidente Lula disse em entrevista à RedeTV, que não pretente ficar "remoendo o passado" e que estaria mais preocupado com a tentativa de gople no 8 de janeiro de 2023. 

"O que eu não posso é não saber tocar a história para frente, ficar remoendo sempre, remoendo sempre, ou seja, é uma parte da história do Brasil que a gente ainda não tem todas as informações, porque tem gente desaparecida ainda, porque tem gente que pode se apurar. Mas eu, sinceramente, eu não vou ficar remoendo e eu vou tentar tocar esse país para frente", declarou o chefe do Executivo. 

A decisão além de atingir várias agendas que já estavam sendo montada por diversos setores do governo, deverá provocar reação negativa dos familiares das vítimas da ditatura. Ao Correio, o Palácio do Planalto disse que não iria comentar o assunto. Já a comunicação do Ministério dos Direitos Humanos, afirmou que não houve nenhum encontro entre o ministro Silvio Almeida e o presidente Lula. 

 

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