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Depoimento de Mauro Cid à Polícia Federal dura mais de nove horas

Cid é o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro

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Estadão Conteúdo

Publicado em 12/03/2024 às 12:46 | Atualizado em 12/03/2024 às 12:47
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O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), prestou depoimento por mais de nove horas à Polícia Federal. O oficial já havia sido interrogado pelos investigadores outras seis vezes, sendo que em três delas havia ficado calado. Nesta segunda-feira, 11, o militar chegou às 15h para depor. Segundo o site G1, o interrogatório terminou à 00h15 desta terça-feira, 12.

Preso por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), acabou fazendo acordo de delação premiada com a PF e só então passou a responder as perguntas sobre seu envolvimento e do ex-presidente Bolsonaro em várias irregularidades: da tentativa de se apropriar de joias recebidas de presidente do regime da Arábia Saudita ao esquema para fomentar um golpe de Estado e impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva.

DEPOIMENTO DE CID EM AGOSTO

Em agosto passado, Mauro Cid prestou dois longos depoimentos. Um durou 10 horas, outro 12. Foi nessa época em que passou a detalhar supostos crimes já na qualidade de delator.

Seu depoimento serviu de base para a operação Tempus Veritatis, deflagrada pela corporação em fevereiro deste ano e que teve como alvos o próprio Bolsonaro e generais que teriam compartilhado com o ex-presidente a ideia de impedir a posse de Lula.

NOVO DEPOIMENTO 

O novo depoimento de Mauro Cid veio na sequência de interrogatórios dos ex-comandantes do Exército, o general Freire Gomes; e da Aeronáutica, o tenente-brigadeiro Baptista Júnior.

Freire Gomes atestou que Bolsonaro tinha conhecimento da chamada "minuta do golpe", um plano que previa até a prisão do ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do STF. Os investigadores buscam esclarecer detalhes revelados pelo ex-comandante do Exército e que Mauro Cid não detalhou.

No interrogatório desta segunda-feira, a PF também estava interessada em cobrar mais detalhes da reunião ministerial de julho de 2022, na qual Bolsonaro antevê a possibilidade de ser derrotado nas eleições daquele ano e pede a seus ministros que acionem o "plano B".

No encontro no Palácio do Planalto, Bolsonaro diz ao grupo que não pode "deixar chegar as eleições e acontecer o que está pintando". "Vocês estão vendo agora que... eu acho que chegaram à conclusão. A gente vai ter que fazer alguma coisa antes", diz ele, insinuando a possibilidade de fraude nas eleições daquele ano.

O vídeo da reunião foi encontrado pela Polícia Federal a partir do computador de Mauro Cid, em um serviço de armazenamento na nuvem. No entanto, a defesa do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro disse que ele nem sequer sabia da existência do encontro, e não estava presente.

 

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