Especialista diz que "o lulismo é um fenômeno econômico, portanto ele tem que ter entregas econômicas", para aumentar a aprovação do governo
Nesta quinta-feira (11), a Genial/Quaest divulgou resultados de uma pesquisa sobre aprovação do governo Lula em alguns estados
A Genial/Quaest divulgou, nesta quinta-feira (11), o resultado de uma pesquisa que mediu a aprovação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em São Paulo, Minas Gerais, Paraná e em Goiás. Para analisar o resultado da pesquisa a Rádio Jornal convidou o cientista político especialista em pesquisas, Adriano Oliveira.
Em São Paulo, a aprovação do governo é de 50% e em Minas Gerais, em 52%, no Paraná de 44% e em Goiás o índice é de a 49%. Já a desaprovação ao governo petista é de em 48% em São Paulo, 47% em Minas Gerais, 54% no Paraná e 50% em Goiás.
Segundo Oliveira, o governo Lula passa por um momento ruim e que para que ele consiga uma alta na aprovação é necessário resolver os problemas econômicos do país.
"O lulismo é um fenômeno econômico, não é um fenômeno ideológico, não é um fenômeno moral. Portanto ele tem que ter entregas econômicas e o governo Lula até o instante, ele não trouxe novidades económicas. Ele trouxe alguma esperança no início do ano como reajuste do salário mínimo e o retorno de algumas políticas públicas como Minha casa, Minha vida", disse o cientista político.
Adriano Oliveira, explicou ainda o que esperado é um aumento do consumo considerável ou diminuição do preço dos alimentos, como foi visto no segundo governo Lula de 2007 a 2010.
Desempenho de Haddad
De acordo com o especialista, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem tido um bom desempenho na pasta, pois ele cultiva um diálogo com o mercado e com congresso Nacional, e isso pode ajudar na melhoria da economia do país e consequentemente no aumento da aprovação do governo do presidente Lula.
"Ele insiste na responsabilidade fiscal porque ele sabe que não adianta nós voltarmos para um país onde os gatos públicos venham ser uma definição de governo. Os gastos públicos precisam obedecer prioridade, é importante que o défice zero venha a ser respeitado e acima de tudo que quando você tem o controle dos gastos você permite que você tenha políticas públicas focalizadas e a confiança do mercado dos investidores", afirmou Adriano Oliveira.
Influência dos evangélicos na pesquisa
Durante a entrevista, o cientista político levantou o questionamento que talvez o índice de desaprovação do governo petista pode ser pelo posicionamento dos evangélicos.
"Será que a força do Bolsonaro impede que o Lula aumentar sua popularidade? Essa é uma pergunta que nesse instante eu não tenho resposta. Nós não podemos desprezar também o comportamento dos evangélicos. Conforme os evangelhos eles são quase que obrigatoriamente refratários ao Lula. Então, eles se manterão assim ou não, em um crescimento econômico", disse Oliveira.
Ainda segundo o cientista político, não é possível responsabilizar apenas a economia como variável para aprovação de governo, fatores como os apoiadores de Bolsonaro precisam ser avaliados.