1º de Maio

Em meio a turbulência com Congresso, Lula afaga base, ministros e diz que Padilha tem o trabalho 'mais difícil' do governo

O presidente mostrou incômodo com a mobilização realizada para o ato

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Estadão Conteúdo

Publicado em 01/05/2024 às 16:00
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O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, aproveitou o palanque oferecido pelas centrais sindicais em evento que comemora o Dia do Trabalhador, nesta quarta-feira, 1º de maio, para elogiar o trabalho dos seus ministros e da base do governo no Congresso.

Os elogios foram ao vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, "que tem prestado um trabalho extraordinário", e ao ministro das Relações Institucionais e Alexandre Padilha, que segundo ele, tem o trabalho mais difícil do governo - já tendo recebido fortes críticas do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). O presidente afirmou também que Deus foi "generoso" consigo.

O ministro da Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta, também recebeu elogios, com destaque ao programa Comunica BR. "Ninguém que votou na gente pode dizer que não tem informação", disse Lula.

Os ministros Sílvio Almeida (Direitos Humanos), Cida Gonçalves (Mulheres) e Anielle Franco (Igualdade Racial), assim como o secretário-geral da Presidência, Márcio Macedo, também foram citados pelo presidente da República.

Mesmo destacando que nas últimas eleições houve um porcentual menor de deputados de base eleita, Lula afirmou que está satisfeito com a atuação.

"Nós fizemos alianças no Congresso para governar, e até hoje todos os projetos que enviamos ao Congresso foram aprovados de acordo com o interesse que o governo queria", afirmou o presidente da República.

LULA RECLAMA DO BAIXO PÚBLICO

O presidente mostrou incômodo com a mobilização realizada para o ato. Segundo Lula, a convocação para o evento de 1º de Maio, realizado no estacionamento do estádio do Corinthians, em Itaquera, não foi feita como deveria, o que reduziu o público do evento.

No palco, ao apresentar seus ministros, ele falou que tratou do assunto com Márcio Macedo, titular da Secretaria-Geral da Presidência, mas tentou minimizar o problema de falar para menos gente do que o esperado.

"Ele (Márcio Macedo) é responsável pelo movimento social brasileiro. Não pense que vai ficar assim. Vocês sabem que ontem eu conversei com ele sobre esse ato e eu disse para ele: 'Oh Márcio, o ato está mal convocado. O ato está mal convocado. Nós não fizemos o esforço necessário para levar a quantidade de gente que era preciso levar'. Mas, de qualquer forma, eu estou acostumado a falar com mil, com um milhão (de pessoas), mas também, se for necessário, eu falo apenas com a senhora maravilhosa que está aqui na minha frente pra conversar com a gente", disse o presidente da República.

Antes da fala de Lula, outros dirigentes de centrais defenderam maior presença de grupos de esquerda nas ruas, em contraposição aos atos de direita convocados por Jair Bolsonaro, ainda que sem citá-lo.

Nas redes, aliados do ex-presidente ironizaram o que consideraram uma baixa participação dos atos das centrais, mesmo antes do evento começar efetivamente. "Um boneco do Bolsonaro coloca mais gente na rua", ironizou o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG). "Lula bate mais um recorde de fiasco absoluto", completou Gustavo Gayer (PL-GO).

Além de Lula e Macedo, também estavam presentes o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, e os ministros Cida Gonçalves (Mulheres), Anielle Franco (Igualdade Racial), Luiz Marinho (Trabalho), Alexandre Padilha (Relações Institucionais), André Fufuca (Esportes), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário), Silvio Almeida (Direitos Humanos) e Paulo Pimenta (Comunicações).

O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), pré-candidato de Lula nas eleições em São Paulo, também compareceu e discursou.

 

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