Boulos minimiza pedido de voto de Lula e diz que Nunes é quem usa máquina pública para campanha
Boulos focou os ataques no prefeito Ricardo Nunes, com quem aparece empatado tecnicamente na liderança nas últimas pesquisas eleitorais
O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) saiu em defesa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta quinta-feira, 2, e disse que o chefe do Executivo federal expressou seu "desejo de voto" e que não é "segredo" que o petista apoia sua pré-candidatura a prefeito de São Paulo. O pedido de voto de Lula para Boulos ocorreu em um ato das centrais sindicais para marcar o feriado 1º de Maio, o que é uma infração eleitoral por ocorrer fora do período de campanha.
Embora a fala tenha sido alvo de ações judiciais de pré-candidatos como Marina Helena (Novo) e Kim Kataguiri (União), Boulos focou os ataques no prefeito Ricardo Nunes (MDB), que também acionou a Justiça e com quem aparece empatado tecnicamente na liderança nas últimas pesquisas eleitorais. Mais cedo nesta quinta-feira, o emedebista disse que o governo federal está "utilizando a máquina" e "baixando Brasília inteira" para fazer campanha para o pré-candidato do PSOL.
"Eu fico estarrecido com a cara de pau do prefeito Ricardo Nunes Ele está usando a máquina pública há um ano para fazer campanha eleitoral", disse Boulos à imprensa após se encontrar com estudantes da Fundação Getulio Vargas (FGV) no fim da tarde desta quinta-feira. De acordo com o pré-candidato, Nunes utiliza eventos e inaugurações da Prefeitura para criticá-lo, mesmo quando as ações não estão relacionadas à campanha, como entregas de postos de saúde e recapeamento de ruas.
"O presidente Lula fez uma fala no evento das centrais sindicais, não era um evento oficial do governo federal, expressando o desejo de voto dele, o posicionamento político dele nas eleições que não é segredo para nenhum de vocês", continuou Boulos.
O pré-candidato do PSOL adotou a mesma linha de que seu coordenador de campanha, Josué Rocha, que em nota na quarta-feira disse Nunes "tenta criar uma cortina de fumaça para despistar o uso de eventos oficiais da Prefeitura, realizados com dinheiro público, para a promoção de sua candidatura à reeleição". Rocha faz menção a uma notícia do site Metrópoles de que uma supervisora de saúde da subprefeitura de Perus teria orientado servidores públicos a comparecerem sem identificação em evento da gestão municipal.
Ricardo Nunes foi procurado por meio da assessoria de imprensa da Prefeitura de São Paulo, mas não houve resposta sobre as declarações mais recentes de Boulos até a publicação desta matéria.