ELEIÇÕES 2024

"O eleitor busca menos discurso e mais ações", diz cientista política sobre as eleições 2024 no Recife

Priscila Lapa avaliou alguns cenários para o pleito na capital pernambucana, na Rádio Jornal, nesta terça-feira (14)

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Tainá Alves

Publicado em 14/05/2024 às 16:14
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Nesta terça-feira (14), a cientista política, Priscila Lapa, participou do programa Passando a Limpo na Rádio Jornal, para analisar os cenários das eleições 2024 no Recife.

De acordo com Lapa, esse é um pleito que o eleitor busca resultados, não apenas no Recife, mas em diversas capitais do Brasil.

"Os eleitores estão buscando candidatos que tenham menos discursos e mais ações. Pessoas que tenham no currículo realizações. Tudo por conta de uma eleição municipal típica porque a eleição municipal é aquela né que o eleitor avalia muito claramente a capacidade de realização do gestor", explicou. 

João Campos no Recife 

Para a cientista entre dezembro e fevereiro a aceitação do atual prefeito da cidade, João Campos (PSB), era vista de maneira mais elevada que hoje, devido as festividades do réveillon e carnaval.

"Parecia que realmente o prefeito era unanimidade, até pela projeção que ele ganhou em âmbito de nacional. Não que isso tenha mudado radicalmente. Temos uma figura política e é o que as pesquisas tanto quantitativa quanto qualitativas apontam que tem uma liderança consolidada. Ele tem um perfil de uma liderança que tá conectada com as pautas do eleitor, mas está longe de ser uma unanimidade", disse a cientista. 

Questionada sobre uma possível descentralização de votos, a especialista afirmou que pode ocorrer, caso entre algum novo elemento na disputa.  

"Quando um determinado ator político, que não estava no jogo, entra no jogo a partir do momento que ele entra como um postulante aquilo pode dividir um eleitorado que já estava consolidado outro nome. Isso aconteceu recentemente aqui em Pernambuco na eleição de 2022, por exemplo, eu acho que todo mundo lembra que a candidata Marília Arraes ela definiu que entraria no jogo efetivamente fez uma mudança partidária muito próxima de iniciar o período eleitoral. Quando ela entrou no jogo ela começou a liderar as pesquisas e muitos eleitores aderiram a candidatura dela", explicou Lapa. 

A cientista política também destacou a representatividade de João Campos. 

"Ele tem liderança em segmento de jovens, segmento mais velho, de maior renda e de menor renda. Ele realmente tem um protagonismo muito muito forte", afirmou. 

Federações partidárias 

Durante a entrevista, Priscila foi questionada sobre os papéis das federações partidárias, visto que no Recife a a Federação PSOL/Rede, passa por momentos de conflitos internos sobre a decisão de seu candidato para as eleições 2024 na capital pernambucana.

"Esse é o grande desafio de um sistema partidário muito fragilizado no Brasil e aliás essa fragilidade programática dos partidos políticos, ela é a causa de vários problemas de várias questões que a gente enfrenta para o processo eleitoral e pós-eleição. Então, é toda a informação de plano lesões composição de bancadas esses fenômenos que a gente tanto comenta e isso é muito característicos da política brasileira essa questão da Federação, mas foi uma tentativa de você fazer um remédio institucional para reduzir essa visão de curto prazo  do processo eleitoral", disse a cientista política. 

Na Federação PSOL/Rede dois nomes foram colocados à disposição o da deputada Dani Portela (PSOL) e o do deputado Túlio Gadêlha (Rede), o grupo no Recife escolheu a parlamentar para concorrer. Entretanto, a Rede emitiu uma nota afirmando que não reconhece a escolha de Dani e que a pré-candidatura de Gadêlha continua ativa. 

Segundo o próprio Túlio Gadêlha, a escolha deve ser feita pelo diretório nacional da Federação. 

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