Saúde

Deputados do PSB pedem exoneração da secretária estadual de saúde

Segundo os parlamentares, o setor está passando por uma crise motivada pela falta de planejamento

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JC

Publicado em 21/05/2024 às 16:29 | Atualizado em 21/05/2024 às 21:52
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Os deputados estaduais do PSB solicitaram, nesta terça-feira (21), a reestruturação imediata da atual equipe da Secretaria Estadual de Saúde, incluindo a exoneração da secretária Zilda Cavalcanti.

Os parlamentares da oposição justificaram o pedido afirmando que o setor está passando por uma crise motivada pela "falta de planejamento", por uma "redução significativa nos investimentos" e pela "situação crítica nas unidades pediátricas".

A cobrança é de autoria dos deputados Diogo Moraes (PSB), Rodrigo Farias (PSB), Sileno Guedes (PSB) e Waldemar Borges (PSB). 

 

Divulgação/Alepe
O deputados Diogo Moraes, Rodrigo Farias, Sileno Guedes e Waldemar Borges - Divulgação/Alepe

“O que se tem visto é uma completa falta de capacidade para gerir a saúde pública do nosso estado. A população pernambucana está pagando o preço pela má gestão e pela negligência. Exigimos que a governadora tome uma atitude imediata, antes que mais tragédias aconteçam", declararam os políticos em comunicado conjunto.

A reportagem do Jornal do Commercio entrou em contato com o Governo do Estado, mas até o momento da publicação da matéria não obteve resposta. 

Entenda o motivo da cobrança dos deputados do PSB

De acordo com os parlamentares, a cobrança ao Estado ocorre porque na última quinta-feira (16) uma reportagem da TV Globo, com dados do Portal da Transparência, revelou que, em 2023, no primeiro ano da gestão de Raquel Lyra, o governo estadual reduziu em R$ 1,2 bilhão os investimentos em assistência hospitalar e ambulatorial, uma queda de 15% em relação ao ano anterior.

Ainda segundo eles, o corte de verbas para a saúde pública afetou diretamente os principais hospitais da rede, incluindo o da Restauração, Getúlio Vargas e o Barão de Lucena. 

Simepe divulgou nota

No mesmo dia, o Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) divulgou uma nota de repúdio, criticando a "falta de preparo" do governo estadual para lidar com a sazonalidade das doenças respiratórias.

"A rede estadual de saúde precisa se precaver com mais leitos de UTI pediátricos, uma melhor distribuição de medicamentos e recursos médicos suficientes para evitar futuras tragédias", afirmou a entidade.

Cremepe entrou com ação

Antes disso, o Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) entrou com uma ação judicial contra o governo estadual para assegurar medidas mínimas de funcionamento do Hospital Barão de Lucena, a maior emergência pediátrica do Estado.

Segundo o Cremepe, a unidade está operando sem os insumos básicos necessários para atender à demanda crescente de crianças, especialmente em um período de alta incidência de doenças respiratórias.

Desde o dia 18 de janeiro, a unidade enfrenta uma interdição imposta pelo Cremepe devido à "falta crônica de insumos" e de "condições mínimas de trabalho" para os profissionais médicos.

Fila por vaga em UTI neonatal e infantil em Pernambuco 

A fila de espera por uma vaga em UTI pediátrica e neonatal, no Estado, registrou o maior número deste ano ano na semana passada. 

De acordo com o Ministério Público de Pernambuco (MPPE), na terça-feira (14), 154 crianças aguardavam por um leito. 

Em 26 de abril o governo estadual decretou situação de emergência em saúde pública devido ao aumento de casos Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em bebês e crianças.

Ações do governo do Estado

A Secretaria de Saúde de Pernambuco (SES-PE) anunciou, no dia 10 de maio, a abertura de 18 leitos pediátricos, sendo 12 de UTI e seis de enfermaria. Há a perspectiva de abertura de outros 40 leitos pediátricos de terapia intensiva, todos para tratamento de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG)

Também foram tomadas medidas para correção de 100% no valor pago por plantões extras, além de reajuste nas diárias de leitos contratados a hospitais filantrópicos e privados.

As informações foram divulgadas em audiência do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) de acompanhamento das ações implementadas pela SES-PE para incrementar o atendimento pediátrico no período da sazonalidade de vírus respiratórios, que aumentou os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).

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