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Em nota, Governo Lula nega ataques a críticos por meio do "gabinete da ousadia"

Parlamentares da oposição na Câmara querem convocar o ministro da Comunicação para prestar esclarecimentos sobre o denominado "gabinete da ousadia"

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JC

Publicado em 12/06/2024 às 13:48
Notícia

A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República emitiu uma nota negando a existência de um esquema destinado a disseminar ataques contra opositores, uma espécie de versão petista do "gabinete do ódio" que funcionou durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL).

Segundo uma reportagem do jornal Estado de S. Paulo, de segunda-feira (10), a suposta estrutura do "gabinete da ousadia" reuniria membros da Secom e equipes do PT, que se encontrariam no Palácio do Planalto para deliberar sobre temas e pautas que perfis alinhados ao partido deveriam promover nas redes sociais.

Conforme destacado pelo Estadão, uma rede de páginas e perfis alinhados ao governo tem se destacado na defesa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) através de ataques coordenados contra críticos e da desqualificação da imprensa.

A Secom, por sua vez, nega qualquer ligação direta entre o governo e o partido com esses influenciadores. "O que eventualmente ocorre são encontros entre membros da Secom e as áreas de comunicação das lideranças do governo na Câmara e no Senado, assim como do PT e dos partidos da base, visando informar sobre as ações e programas prioritários do governo", afirma a nota.

Segundo o governo federal, o objetivo é assegurar "o fluxo de informações da gestão", incluindo lançamentos e entregas recentes, para enriquecer o trabalho das lideranças e da base governista no Congresso. "Não há participação de influenciadores nessas reuniões com a Secom, tampouco se discute ataques contra críticos ou a descredibilização da imprensa", aponta a Secom.

Oposição

Parlamentares da oposição na Câmara dos Deputados buscam convocar o ministro interino da Comunicação, Laércio Portela, para que ele preste esclarecimentos sobre a atuação do denominado "gabinete da ousadia".

As reuniões das equipes de comunicação ocorrem virtualmente por volta das 8 horas, com a presença de assessores da Secom, do PT nacional, e dos gabinetes das lideranças do partido do presidente Lula na Câmara e no Senado.

A existência da reunião diária entre a Secom e comunicadores do PT foi exposta pelo deputado Jilmar Tatto (PT-SP), secretário nacional de comunicação do partido, durante um evento interno em dezembro. Ao Estadão, o parlamentar admitiu que, eventualmente, influenciadores são chamados para a reunião de pauta. “Às vezes, quando tem necessidade, a gente convida um (influenciador) ou outro”, disse. “A gente já fez reuniões com eles, se conecta com eles. Tenta manter um canal. Mas a gente não conseguiu ainda ter um padrão de funcionamento com eles”.

Ela também revelou que busca estreitar a relação com os influenciadores para que eles sigam a pauta de interesse do governo e do partido. “A gente quer cada vez mais fazer com que eles entrem nessa dinâmica que a gente está querendo, de pautar aquilo que a gente considera mais importante. Só que, às vezes, o que eles consideram importante a gente não considera”, afirmou à reportagem.

Confira a íntegra da nota enviada pela Secom à imprensa:

Não é verdade que a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República promova reuniões com uma versão petista do “gabinete do ódio”, como afirma a manchete do jornal o Estado de S. Paulo de hoje. O jornal faz uma abordagem sensacionalista e enviesada que distorce os fatos.

O que acontece eventualmente são reuniões de integrantes da Secom com as áreas de comunicação das lideranças do governo na Câmara e no Senado, bem como do PT e dos partidos da base, para informar sobre as ações e os programas prioritários de governo

O objetivo é fazer fluir as informações da gestão, incluindo novos lançamentos e entregas, para qualificar o trabalho das lideranças e da base do governo no Congresso. Não há a participação de influenciadores nessas reuniões com a Secom, muito menos a discussão sobre “ataques a críticos e desqualificação da imprensa”.

O texto do jornal tenta, por meio de ilações, criminalizar ações de gestão e serve ao único propósito de dar munição à oposição.

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