DIVERGÊNCIA NO PT

João Paulo diz que 'fidelidade' ao PT é colocada em dúvida por presidente da legenda no Recife

Deputado estadual petista criticou 'submissão' da legenda ao PSB em busca de espaço pela vaga da vice-prefeitrua do Recife na chapa socialista

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JC

Publicado em 13/06/2024 às 20:03
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Depois de ser alvo de acusações do presidente do PT no Recife, Cirilo Mota, o deputado estadual João Paulo disse que sua 'fidelidade aos princípios progressistas' tem sido colocado em dúvida pelo presidente da legenda. O ex-prefeito do Recife reiterou, em nota, críticas a "aproximações de alguns membros do PSB com a extrema-direita" e ressaltou que mantém 'um diálogo construtivo e transparente' na sua relação com a governadora Raquel Lyra (PSDB). 

“Como Deputado Estadual e membro comprometido do Partido dos Trabalhadores, sinto-me na obrigação de responder às declarações infundadas de Cirilo Mota, presidente do PT municipal de Recife. Cirilo colocou em dúvida minha fidelidade aos princípios progressistas e insinuou uma possível aliança minha com setores conservadores", explicou João Paulo. Cirilo Mota disse que o parlamentar petista está 'a serviço das forças conservadoras e da governadora Raquel Lyra (PSDB)', em crítica à aproximação de João Paulo à gestora tucana. 

"Estas alegações distorcem flagrantemente minha longa trajetória de defesa da justiça social, equidade e direitos humanos. Qualquer tentativa de me associar a movimentos conservadores ignora minhas consistentes ações e declarações públicas, que sempre se opuseram a políticas reacionárias e discriminatórias. Além disso, é válido criticar as aproximações de alguns membros do PSB com a extrema-direita, baseadas não somente em ações isoladas, mas numa estratégia que compromete nossos valores fundamentais. Um exemplo flagrante é a aliança que resultou nos “15 votos” na recente eleição para a mesa diretora da Câmara dos Deputados, vindo de um partido que ocupa posições de vice-presidência e ministérios. O PSB jamais deveria apoiar um candidato que almeja enfraquecer o governo, alinhando-se com as forças do Centrão e da direita bolsonarista. O processo de impeachment de Dilma Rousseff ainda ressoa como um lembrete doloroso dessas contradições", deixou claro João Paulo. 

'SUBMISSÃO' DO PT AO PSB

O petista frisou ainda que a política de alianças no PT sempre foi guiada pelo 'respeito ao debate plural e pela busca de acordos baseados em compatibilidade ideológica', citando que o Partido dos Trabalhadores está em 'submissão' ao PSB. 

"A implacável corrida pela vice-prefeitura de Recife, desconsiderando a coerência ideológica e as consequências para nosso projeto político, revela uma abordagem que confunde aliança com submissão, força com falta de respeito. Alianças devem fortalecer nosso partido e refletir nossos ideais, e não meramente satisfazer ambições eleitoreiras de curto prazo. Reitero que minha atuação sempre priorizou um diálogo construtivo e transparente, tanto dentro do partido quanto na esfera pública. As insinuações de que estaria me desviando desse processo dialógico e me alinhando com interesses opostos aos do PT não apenas são ofensivas pessoalmente, mas também buscam enfraquecer a unidade e a força de nossa atuação coletiva", reforçou. 

João Paulo pediu aos simpatizantes do partido para se 'concentrarem nas verdadeiras lutas que enfrentamos e a evitar divisões internas fundamentadas em distorções e narrativas falsas'. 

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