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Raquel conquista maioria na Alepe em semana em que acaba tietada pelo PT e pelo PL

Da mesma forma que aconteceu em Caruaru onde acabou se recuperando e se reelegeu, Raquel dá sinais de que a história pode se repetir

Publicado em 23/06/2024 às 6:00
Notícia

“Vou vencer pelo trabalho”- disse a governadora Raquel Lyra no segundo ano de sua administração como prefeita de Caruaru à sua equipe, então preocupada com uma administração que parecia não querer decolar. Os tempos eram difíceis. Sem maioria na Câmara de Vereadores, lenta nas soluções e nas entregas, dizia-se a boca pequena nas esquinas da cidade que ela não se elegeria mais “nem para síndica do seu prédio”, como lembra um dos seus principais assessores à época. Não se pode dizer que como governadora, empossada há um ano e meio, Raquel tenha chegado a isso mas andou perto. Acumulou problemas no relacionamento com a Assembleia, passou um ano arrumando a casa, demorou demais a dizer o que iria fazer na área de segurança e perdeu gordura. Seu índice de aprovação na Região Metropolitana que era de mais de 60% é hoje inferior a 50%.

Da mesma forma que aconteceu em Caruaru onde acabou se recuperando e não só se reelegeu como continua sendo a grande eleitora da cidade, Raquel dá sinais de que a história pode se repetir. Pelo menos é o que imaginam seus principais assessores. A semana que termina é um exemplo de que podem estar com a razão. A governadora demonstrou ter, enfim, maioria na Alepe - o Palácio conta com até 30 deputados, número que pode ser ampliado com início da liberação de emendas parlamentares – e, coincidentemente, foi tietada pelo PT e pelo PL, dois partidos que não se juntam nem para tomar um cafezinho, como se fala nos meios políticos.

A surpresa maior veio do PT. O partido, cuja bancada de três deputados tem votado a favor do Governo, abriu as portas para um entendimento mais efetivo. O deputado federal Carlos Veras, ligado ao senador Humberto Costa, disse em entrevista que, se convidado para fazer parte, oficialmente, da base da governadora na Alepe, o PT irá analisar o assunto. Foi uma tapa de luva no prefeito do Recife, João Campos, que se recusa a ceder a vice de sua chapa de candidato à reeleição ao Partido dos Trabalhadores. O secretário da casa civil do estado, Túlio Vilaça, não deixou por menos o aceno feito por Veras: “estamos sempre abertos a dialogar com todos”.

Já o PL, que andava arredio desde que perdeu o Detran porque não conseguiu controlar sua bancada durante as discussões na Assembléia sobre o fim das faixas salariais da PM, destituiu da liderança da mesma o deputado estadual coronel Alberto Feitosa, bolsonarista de carteirinha e um dos maiores opositores que Raquel tem hoje na Alepe, e o tirou da Comissão de Justiça. Nos dois casos, o partido entregou os cargos aos deputados Nino de Enoque e Renato Antunes, que têm sido leais ao Governo.

As “boas notícias” , reforçadas pela liberação durante a semana de R$ 32 milhões em emendas parlamentares, levantaram a moral da bancada do Governo no Poder Legislativo que andava cabisbaixa depois que o PSB juntou-se ao PL para tentar derrotar o projeto do fim das faixas salariais da PM e o Palácio foi obrigado a disputar um a um os votos nas comissões de Justiça, Finanças e Administração, as principais da casa, coisa jamais imaginada. Essas comissões costumam ter franca maioria de deputados governistas.

Os problemas acabaram? Nem tanto. Um Governo que tem no comando da Assembléia um parlamentar oposicionista não pode dormir tranquilo. Mesmo assim respira-se no Palácio do Campo das Princesas os ares da afirmação feita por Raquel como prefeita em Caruaru, de que venceria pelo trabalho. “Trabalho é o que não falta no Governo”- afirma Túlio Vilaça, para quem, “ a governadora vai surpreender pelas entregas”. É esperar pra ver.

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