De assessor do avô Miguel Arraes a candidato à Presidência da República. Veja a trajetória de Eduardo Campos
Desastre aéreo em Santos interrompeu a trajetória política de Eduardo Campos, que se colocava como a 3ª via na disputa presidencial de 2014 no País
Nascido no dia 10 de agosto de 1965 no Recife, Eduardo Henrique Accioly Campos era filho do poeta Maximiano Campos (1941-1998) e de Ana Arraes, que ocupou os cargos de ministra do Tribunal de Contas da União e deputada federal.
Nascido em berço político, Eduardo era o principal herdeiro de seu avô, Miguel Arraes. Precoce, ele ingressou aos 16 anos na Universidade Federal de Pernambuco, onde se formou em Economia. Foi eleito presidente do Diretório Acadêmico de sua faculdade em 1985.
Sua estreia na política aconteceu em 1986, trabalhando na campanha de Arraes, em sua segunda candidatura ao governo de Pernambuco. Para apoiar o avô, desistiu de cursar um mestrado nos Estados Unidos. Em 1990, saiu do PMDB e se filiou ao PSB, sendo eleito deputado estadual no mesmo ano.
Aos 25 anos, sofreu sua única derrota eleitoral. Disputou as eleições para a Prefeitura de Recife, vencidas pelo então atual prefeito da cidade, Jarbas Vasconcelos. Eduardo ficou em quinto lugar, com apenas 5% dos votos.
Em 1991 casou-se com Renata Campos, com quem namorava desde os 13 anos e teve cinco filhos. Eles se conheceram quando ainda eram crianças, ele com 8 e ela com 6 anos, na casa de Ariano Suassuna. A esposa do escritor, Zélia, era tia de Renata. Teve cinco filhos com a esposa.
Em 1994, foi eleito deputado federal com 133 mil votos. Licenciou-se do cargo para integrar o terceiro governo de Arraes em Pernambuco. Primeiro foi secretário de Governo e, depois, secretário da Fazenda. Em 1998, foi reeleito deputado federal com 173,6 mil votos.
Conheceu Lula na adolescência, por intermédio de seu avô, quando retornou do exílio. Entre 2004 e 2006, ocupou o cargo de ministro de Ciência e Tecnologia no primeiro mandato de Lula. Era o mais jovem dos ministros nomeados na época.
Com a morte de Arraes, em 2005, Eduardo assumiu a presidência do PSB e, no ano seguinte, licenciou-se do cargo para concorrer às eleições para governador de Pernambuco. Começou a disputa em terceiro lugar, discursando em cima de um caixote de madeira.
Foi eleito com 60% dos votos no segundo turno. Em 2010, foi reeleito com 83% dos votos no primeiro turno, o maior índice registrado entre todos os governadores eleitos na ocasião. Em 2011, Campos foi reeleito presidente do PSB. Seu mandato estava em vigor quando aconteceu o desastre de avião.
Eduardo estava em campanha para as próximas eleições presidenciais e havia firmado aliança com Marina Silva para ser sua vice-presidente. A pré-candidatura foi lançada oficialmente em abril de 2014, quando ele deixou o governo de Pernambuco, e confirmada no fim de junho. Nela, Campos vinha se apresentando como uma nova via da política nacional.
Apesar de aparecer em 3º lugar nas pesquisas eleitorais, ele tinha convicção de que seria presidente do Brasil. Chegou a dizer em entrevista à revista Piauí: “Minha eleição vai ser de fenômeno, vai ser de arranque na última hora”, acreditava.