Deputada pernambucana grava vídeo ao lado de Nicolás Maduro e manifesta apoio ao venezuelano
Rosa Amorim, deputada estadual pelo PT, disse ser uma alegria encontrar o presidente após conhecê-lo pessoalmente em evento na Venezuela
A deputada estadual de Pernambuco Rosa Amorim (PT) publicou um vídeo nas redes sociais, nesta terça-feira (27), em que aparece ao lado do presidente Nicolás Maduro, exaltando a figura do líder venezuelano.
A parlamentar pernambucana esteve com o mandatário na XI Cúpula Extraordinária da Alianza Bolivariana para los Pueblos de Nuestra América, que ocorre na Venezuela.
O vídeo de Rosa Amorim registra o momento em que ela é apresentada pessoalmente a Maduro, nos bastidores do evento. A deputada afirmou ser uma alegria encontrá-lo e disse estar levando para ele "o carinho dos brasileiros".
"Hoje tive a honra de conhecer pessoalmente o presidente Nicolas Maduro. Desde a morte de Hugo Chávez, é Maduro que vem conduzindo, junto ao povo venezuelano, um processo revolucionário pautado na soberania e participação popular", escreveu Rosa Amorim na legenda da publicação.
Em outro trecho da gravação, a parlamentar pergunta se Maduro conhece Pernambuco, e ele responde: "muito belo o Brasil". Em seguida, todos puxam um grito de "Viva o Brasil" e "Viva o Levante Popular".
A gravação de Rosa causou polêmica entre os próprios aliados da esquerda e gerou munição para a oposição devido ao questionável resultado da eleição presidencial do país, que reelegeu Maduro e é desacreditada por praticamente toda a comunidade internacional.
Até mesmo o presidente Lula, líder do PT de Rosa Amorim, não reconheceu a reeleição do presidente.
A deputada, contudo, segue o mesmo posicionamento do Movimento Sem Terra (MST), que comemorou a vitória de Maduro e defende o resultado das eleições. Rosa, como se sabe, cresceu em um assentamento do MST em Caruaru e é grande defensora da causa.
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Além do encontro com Maduro, Rosa Amorim também atuou como fiscal internacional da Consultar Popular Nacional da Venezuela, no estado de Falcón. A ação é realizada pelas comunas, que são organizações sociais presentes nos bairros, e escolhe quais políticas sociais serão financiadas pelo governo em cada região.
"Foi muito emocionante ver os processos de organização popular, e mais que isso, ver a força dessa gente que luta e resiste ao imperialismo para construir um outro projeto de país", registrou Rosa Amorim.
Assista ao vídeo
Vídeo foi parar na Alepe
Na reunião plenária da última terça, o deputado Renato Antunes (PL) usou a tribuna da Assembleia Legislativa de Pernambuco para criticar a viagem de Rosa Amorim à Venezuela e o vídeo publicado por ela. De acordo com a Alepe, a parlamentar teve licença em caráter cultural oficializada pela Casa no período de 23 a 26 de agosto.
Antunes rebateu a fala de Rosa de que ela estaria levando o carinho dos brasileiros para Maduro.
"Carinho de que brasileiro? Talvez de meia dúzia, do bando que anda com ela invadindo terra em Pernambuco. Porque eu tenho certeza que a fala dela não representa o sentimento do Brasil. Não podemos aceitar um governo autoritário e achar isso normal. Não podemos aceitar um governo que mata opositores”, reagiu o deputado.
Embora de direita, Renato Antunes afirmou que o posicionamento de Rosa não representa nem a esquerda, afirmando que esse espectro político é "mais equilibrado e teria postura divergentes, mas não insensatas".
Em resposta, o deputado João Paulo (PT) pediu respeito à deputada Rosa Amorim e ao Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST). Ele também cobrou um posicionamento de Antunes sobre a situação em Israel.
“Mais de 40 mil mortos, jovens, crianças, mulheres e idosos, pela fúria do governo de Israel. E vossa excelência aqui não dá um pio. Não dá uma palavra. Agora, para atacar uma parlamentar indefesa, vossa excelência tem a voz alta, vem aqui gritar”, protestou o petista.
Renato Antunes voltou à tribuna, no tempo de comunicação de lideranças. Ele opinou que Israel teria o direito de defender sua soberania, lembrou dos milhares de reféns presos pelo Hamas e reafirmou a decepção com a postura de quem aplaude o governo de Maduro.