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Ato de Bolsonaro na Paulista tem choro, críticas a Moraes e Pablo Marçal barrado

Coach chegou ao evento após o discurso de Bolsonaro e foi impedido pelo ex-presidente de discursar aos presentes. Ato teve foco em Alexandre de Moraes

Publicado em 07/09/2024 às 16:51 | Atualizado em 07/09/2024 às 19:53

O ato realizado por Bolsonaro na Avenida Paulista no feriado de 7 de setembro reuniu milhares de apoiadores do ex-presidente em coro contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. O principal mote do evento foi o pedido de impeachment do magistrado e anistia aos presos por envolvimento nos atos de 8 de Janeiro de 2023.

Um episódio ocorrido ao final do desfile, porém, chamou a atenção, quando o coach Pablo Marçal (PRTB), candidato à prefeitura de São Paulo, foi impedido de subir no trio elétrico para discursar. Ele chegou ao evento após o final de todos os discursos.

Nas redes sociais, ele contou ter sido impedido de falar ao público. "É feio, é feio. Vocês acreditam que fui subir no caminhão mas não deixaram?", indagou aos seguidores.

O organizador do evento, o pastor Silas Malafaia, deu outra versão, afirmando que Marçal chegou propositalmente no final do ato para evitar problemas com Alexandre de Moraes. O religioso chamou o influenciador de "palhaço".

"Esse palhaço pensa que a gente é otário. Ele chegou no final, com o ato já encerrado, e queria subir no trio. Não. Acabou, não sobe. Tanto é que a garota do Novo [Marina Helena] subiu, o prefeito [Ricardo Nunes] subiu. Sabe o que ele quer? Fazer cortes para a campanha dele. O cara fica igual um alucinado, querendo de todas as maneiras lacrar, quer dar uma de vítima, não foi impedido porcaria nenhuma. O evento já tinha terminado. Ele não foi antes porque tem medo do Alexandre de Moraes, é um frouxo", afirmou o pastor.

Por meio de nota, a assessoria de imprensa de Pablo Marçal disse que houve uma tentativa de silenciá-lo. "Essa foi só mais uma manobra frustrada dos desesperados que tentaram me silenciar, mas foram calados pelo apoio maciço e caloroso do povo", afirmou ele.

Bolsonaro chorou

O discurso de Bolsonaro na Paulista relembrou a facada sofrida em 2018 e teve uma nova afirmação de que sua primeira eleição foi resultado de uma falha no sistema eleitoral. Bolsonaro atacou o ministro Alexandre de Moraes, acusando-o de conduzir as eleições de 2022 de maneira parcial e de escolher seus alvos.

"Eles, para evitar que eu tivesse chance de voltar, decretaram a minha inelegibilidade. Uma das razões foi porque me reuni com embaixadores. Eu não me reuni com traficantes no Morro do Alemão, como o Lula fez. Esses inquéritos, que dali derivam outros, em cima de ditas petições, deram amplos poderes a Alexandre de Moraes, que escolheu seus alvos, incluindo meu filho Eduardo Bolsonaro. Isso foi ratificado nos áudios vazados na operação conhecida como Lava Toga", discursou Bolsonaro.

O ex-presidente chamou os atos golpistas do 8 de janeiro de armação e pediu a anistia aos presos. "Quis Deus que eu me ausentasse do País no dia 30 de janeiro. Algo ia acontecer. Eu tinha esse pressentimento, mas não sabia que seria aquilo, afirmou Bolsonaro, que continuou. Aquilo jamais foi um golpe de Estado e estamos vendo pessoas ainda serem julgadas e condenadas como integrantes de um grupo armado que visava mudar o nosso estado democrático de direito. E eu lamento por essas pessoas presas", disse o ex-presidente, pedindo anistia aos presos.

Além do ex-presidente e do próprio Malafaia, diversos outros bolsonaristas marcaram presença no ato, incluindo o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), os senadores Marcos Pontes (PL), Magno Malta (PL-ES), Cleitinho (Republicanos-MG), Eduardo Gomes (PL-TO), Marcos Rogério (PL-RO), e os deputados federais Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Zé Trovão (PL-SC) e Sóstenes Cavalcante (PL-RJ). O prefeito de São Paulo e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), também participou do ato.

Antes de Jair Bolsonaro discursar na Avenida Paulista, seus aliados fizeram falas inflamadas contra o ministro Alexandre de Moraes e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.

Eduardo Bolsonaro abriu os discursos pedindo o fim das prisões de aliados por atos antidemocráticos, a anistia para os presos pelos atos golpistas de 8 de janeiro, o encerramento dos inquéritos das fake news e das milícias digitais no Supremo. Já a deputada federal Julia Zanatta (PL-SC) chamou Pacheco de covarde e criticou as prisões políticas. Nikolas Ferreira (PL), também deputado, se referiu ao ministro do STF como um tirano e criminoso, enquanto o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) se restringiu a pedir anistia aos presos no 8 de Janeiro.

Nikolas também afirmou que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), terá de pôr em pauta o projeto que anistia os presos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 se quiser o apoio da direita ao seu candidato na sucessão da chefia da Casa.

"Se o presidente Lira deseja ter os votos da direita para o seu candidato à presidência da Câmara, que paute ainda este ano a anistia para os presos políticos", disse o deputado federal.

Na manifestação, havia desde cartazes improvisados com pedidos de Fora STF, camisas com imagens simulando o ministro preso e pedidos de anistia para os presos pelos atos golpistas de 8 de Janeiro, quando os prédios dos Três Poderes foram invadidos e destruídos. Também há pedidos de voto impresso.

Tarcísio evitou citar Moraes

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), também discursou no evento e pediu anistia aos presos pelos atos golpistas de 8 de janeiro. Diferentemente dos demais bolsonaristas que fizeram declarações de cima de um trio elétrico, ele não mencionou o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

"Hoje estamos aqui, de novo na arena, de novo por uma devoção, por uma causa. Estamos aqui para fazer a diferença: e a nossa causa hoje é a liberdade, é a anistia para aqueles apenados de forma desproporcional, de forma cruel. Anistia, sim", afirmou Tarcísio, acrescentando que o Congresso pode "nos dar esse remédio político".

Sem citar Moraes, ele fez uma fala genérica sobre a importância de preservar "aquilo que é mais caro para nós, a liberdade", e se concentrou em elogiar o ex-presidente Jair Bolsonaro, destacando realizações como a reforma da Previdência e o marco do saneamento.

"Não podemos tolerar a falta de segurança jurídica. Estamos aqui para dizer que estamos com Jair Messias Bolsonaro. Sempre estivemos. Sempre estaremos", declarou Tarcísio, afirmando que Bolsonaro "criou um movimento" que vai "salvar o Brasil".

Ele acrescentou: "Que esse mar de gente sirva de inspiração para nossos congressistas", e concluiu pedindo por "pacificação" e ressaltando que "a pacificação necessita de gestos"

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