Terezinha Nunes: "Raquel começa a recuperar tempo perdido"

Com investimentos no Grande Recife, Raquel Lyra começa finalmente a dizer que veio, segundo impressões de um dos deputados governistas

Publicado em 07/09/2024 às 11:31

Com uma forma de administrar diferente do que se costuma praticar, a de primeiro levantar os problemas e juntar dinheiro para depois começar a executar, a governadora Raquel Lyra chegou em 10 agosto a ter sua administração aprovada por apenas 28% da população e reprovada por 58%, figurando na pesquisa do Atlas Intel como a 3.a pior governadora do país.

Situação preocupante em um estado de governadores bem avaliados. Os ventos, porém, podem estar começando a mudar. Só em 2025 o Governo promete investir R$ 6 bilhões em obras em diversos setores esendo este número o maior investimento já visto no estado no período de 24 meses. Mas, no que se refere a regiões em particular, se em 2024 a prioridade foi o interior , em 2025 vai ser a Região Metropolitana, onde estão os piores índices de aprovação da governadora.

Alguns trabalhos nessa área começaram mais cedo, entre 2023 e 2024. E tiveram como carros-chefes áreas de habitação, culminando com a solução definitiva dos prédios-caixão e da Compesa que zerou uma fila de 9.300 reclamações da população para conserto de vazamento de água. “ Agora o prazo de atendimento é de 24 horas” diz o presidente da empresa, Alex Campos, adiantando que, até o final de seu Governo, Raquel vai investir R$ 1,6 bi em abastecimento d´água e saneamento na RMR. Também foi destravado o processo de construção do Canal do Fragoso de inauguração prevista para dezembro de 2025, como assegura a secretária de Desenvolvimento Urbano, Simone Nunes.

A própria governadora, no entanto, deu claros sinais de que colocou a mão na massa. Na semana passada assumiu de pronto o compromisso de recuperar a Igreja de Nossa Senhora da Conceição, cujo teto desabou matando duas pessoas e deixando cerca de 20 feridos. No mesmo dia da tragédia, ela voltou do interior, onde se encontrava, e foi direto para o Morro para garantir, segundo afirmou, conforto e solidariedade às famílias atingidas.

E, no último dia 3 anunciou, quase ao mesmo tempo, a recuperação de três importantes patrimônios históricos do centro da capital: o Cinema São Luís, que vai ser reaberto em novembro, o mobiliário da Igreja Matriz de Santo Antônio e o prédio onde funcionou o Diario de Pernambuco, quando ninguém mais acreditava em solução.

“Ela agora está dizendo a que veio”

“Ela agora está dizendo a que veio”, comentou esta semana um deputado governista, lembrando que a governadora economiza tanto que ainda hoje não preencheu todos os cargos vagos na máquina pública.

O que ainda será realizado na área Metropolitana? Ninguém quer adiantar, lembrando que isso cabe a Raquel mas que tem muita coisa sendo articulada, como afirma o secretário de Planejamento, Fábricio Marques.

Ele próprio, porém, diz que o Arco Metropolitano sairá do papel em 2025, como está explicitado na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) aprovada pela Assembleia na semana passada e já sancionada.

Entre as obras em andamento que serão inauguradas até outubro de 2026 estão a recuperação da PE-15, o projeto de reforma de residências nas comunidades do Bode e Roda de Fogo, no Recife; de Peixinhos, em Olinda e de Monte Verde, entre Recife e Jaboatão.

Serão beneficiadas 2.600 famílias residentes em moradias precárias. Os gastos serão de até R$ 18 mil por residência. Em Peixinhos, de forma exclusiva, o estado implantará um sistema de urbanização que inclui a dragagem do rio Beberibe, macro-drenagem e pavimentação.

Ainda na área de habitação, fora os habitacionais em construção, serão entregues 40 mil títulos de propriedade no Grande Recife nos próximos dois anos.

Figuram na relação de obras urbanas em construção, os corredores exclusivos do BRT os chamados ramais da Copa, que interligarão as linhas Norte-Sul e Leste-Oeste. Aguarda-se também o anuncio da concessão, em andamento, do Metrô do Recife para o estado e de um corredor exclusivo de ônibus na Avenida Norte com alargamento de uma faixa.

A Compesa, por sua vez, vem ganhando terreno como via de soluções e não de problemas para o Governo. A empresa figurava, em janeiro último, no 2.o lugar de reclamações no Procon, perdendo apenas para a Neoenergia.

Em julho caiu para o 6º lugar. De 2023 para cá a Compesa, que está investindo R$ 50 milhões para resolver em definitivo o problema de abastecimento nos populosos bairros do Morro da Conceição, Alto José do Pinho, Brasília Teimosa e no Bode no Recife, tem como objetivo a troca das tubulações coisa que não era feita há 30 anos.

Quando o povo vai tomar conhecimento disso?

Deputados da base governista na Alepe defendem uma maior assertividade na propaganda do Governo, tanto no aumento dos recursos destinados ao setor como na veiculação de peças que falem mais diretamente à população, sobretudo de baixa renda.

Um desses parlamentares lembrava na semana passada que os R$ 300 que estão sendo dados, por mês, às mães carentes ainda não chegaram à população como obra de Raquel: “o povo acha que houve um aumento do bolsa-família e agradece a Lula”, concluiu.

Agora durma-se com um barulho desses.

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