Provocações de Marçal voltam a dominar debate pós-cadeirada

Em clima de tensão, encontro dos candidatos à prefeito de São Paulo foi realizado pela RedeTV!, nesta terça-feira, em parceria com o UOL

Publicado em 17/09/2024 às 23:35

O primeiro debate após a cadeirada de José Luiz Datena (PSDB) em Pablo Marçal (PRTB), realizado pela RedeTV! Nesta terça-feira, 17, em parceria com o UOL, foi marcado pelo clima de tensão nos primeiros blocos. Marçal voltou a protagonizar os momentos mais agressivos do evento. As discussões, porém, esfriaram com o desenrolar do debate e as acusações ficaram repetitivas. Diferentemente do encontro do último domingo, na TV Cultura, nenhum candidato deixou seu púlpito e não houve ameaça de agressões físicas.

O influenciador iniciou sua participação repetindo que Datena "não é homem" - insulto que fez o apresentador se descontrolar e agredi-lo no debate anterior - e se comportou como um "orangotango". "Eu não bato em covarde duas vezes. Covarde apanha uma vez só", respondeu o candidato do PSDB, acrescentando que não iria cair nas provocações de Marçal novamente.

Ao fim do debate, o candidato do PSDB disse que foi incitado pelo adversário a repetir a agressão. "Mantive a minha posição até pragmática demais, nem eu estava me reconhecendo ali. Fui obrigado a me segurar várias vezes", declarou.

A hostilidade entre os candidatos permaneceu no duelo seguinte. Marçal e Ricardo Nunes (MDB) discutiram aos gritos fora dos microfones quando o tempo de fala já tinha se esgotado. Eles ignoraram os alertas da mediadora e acabaram advertidos.

O influenciador tentou provocar Nunes o chamando de "bananinha" e de "tchutchuca do PCC (Primeiro Comando da Capital)". Também citou boletim de ocorrência por ameaça e violência registrado pela mulher do prefeito, Regina Nunes, e disse que ele será preso em uma eventual gestão sua.

Nunes respondeu dizendo que Marçal agride a todos e que ele "saiu da cadeia, mas a cadeia não saiu dele". O candidato do PRTB também tentou irritar Guilherme Boulos (PSOL) e lembrou o episódio da carteira de trabalho, mas o deputado não caiu na provocação.

Condenação

Nunes e outros candidatos relembraram, por diversas vezes, que Marçal foi condenado a quatro anos e cinco meses de reclusão por furto qualificado, em 2010. O influenciador figurou como réu em ação que envolvia supostos criminosos que desviaram dinheiro de contas de bancos, como Caixa e Banco do Brasil.

A punição do candidato foi declarada prescrita, ou seja, não pode ser aplicada pois o prazo previsto pela lei para que isso ocorresse foi ultrapassado. Marçal diz que não tinha conhecimento dos crimes e que apenas fazia a manutenção dos computadores utilizados pelo grupo.

Tabata Amaral (PSB) e Marina Helena (Novo) também se envolveram em polêmica. A candidata do Novo sugeriu que a deputada estaria sendo beneficiada por viagens particulares de jatinho para visitar o namorado, o prefeito do Recife, João Campos (PSB).

Tabata chamou a acusação de delírio e disse que iria processar a economista. Ao fim do debate, a candidata do PSB disse que não prosseguirá com a ação judicial se houver retratação.

Em coletiva de imprensa após o debate, Marina Helena não apresentou provas para sustentar a acusação. A candidata do Novo afirmou ter recebido a informação de "diversas fontes", sem especificar nenhuma delas, e que cabe a Tabata provar que não utilizou o jato.

 

 

Púlpitos ocupados por seguranças no intervalo

O debate entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo promovido pela RedeTV! e o UOL colocou seguranças em frente aos púlpitos dos postulantes para evitar discussões e brigas entre os políticos durante os intervalos da transmissão do evento.

No estúdio, um integrante da equipe de segurança foi escalado para cada nome que disputa a cadeira de prefeito da cidade. Além disso, os organizadores também decidiram parafusar as cadeiras dos candidatos para evitar que fossem arrancadas a fim de serem usadas como armas pelos postulantes.

Cada candidato entrou no estúdio acompanhado por três assessores. De acordo com relatos obtidos pelo Estadão, todos passaram por um detector de metais e precisaram deixar seus pertences do lado de fora. Até mesmo itens de plástico, como pastas para guardar documentos, foram barrados.

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