Lula envia ministros para compensar ausência nas campanhas no primeiro turno

Presidente não se envolveu nas municipais no primeiro turno e agendas internacionais também atrapalharam. Ele deve vir a PE na segunda etapa.

Publicado em 26/09/2024 às 8:56 | Atualizado em 26/09/2024 às 10:44

O presidente Lula (PT) optou por não participar das campanhas municipais no primeiro turno das eleições e não virá a Pernambuco para integrar palanques de quem quer que seja. Uma possível vinda dele a terras pernambucanas era era cogitada para esse mês de setembro.

O petista tinha na mesa muitos pedidos de presença na primeira etapa do pleito e decidiu não priorizar nenhum deles. A extensa agenda internacional cumprida nos últimos dias caiu como uma boa justificativa para a ausência.

Conforme adiantou o colunista Romoaldo de Souza, deste Jornal do Commercio, Lula deve ter mais flexibilidade para atuar nas campanhas no segundo turno.

Contudo, para não deixar os candidatos a ver navios, o presidente está enviando ministros de Estado para representá-lo em atos de campanha dos aliados.

Nesta quinta-feira (25), o ministro das Relações Institucionais Alexandre Padilha vem ao Recife e faz visita o Hospital da Criança do Recife ao lado do prefeito João Campos (PSB). Em seguida, participa de um ato eleitoral ao lado de João e do candidato à prefeitura de Jaboatão dos Guararapes, Elias Gomes (PT), no bairro do Ibura, que fica na área limite entre as duas cidades.

Antes de Padilha, a campanha de João Campos já havia recebido o ministro do Turismo Celso Sabino, na última segunda-feira (23), para um ato no Alto Santa Terezinha, na Zona Norte da capital.

A ministra da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos (PCdoB), também já se fez presente em campanhas petistas em terras pernambucanas. Na terça-feira (24), ela participou de carreata em Olinda ao lado do candidato do PT à prefeitura da cidade, Vini Castello.

Outro ministro que também fez campanha na Região Metropolitana foi Silvio Costa Filho (Republicanos). Ele esteve em carreata no Recife com João Campos, no último fim de semana, e em Camaragibe, semanas atrás, ao lado de Diego Cabral, seu correligionário.

Carlos Lupi, ministro da Previdência Social, participou de agendas políticas neste mês de setembro em Caruaru, ao lado de Zé Queiroz (PDT), em Paulista e no Cabo de Santo Agostinho, com os candidatos a prefeito Francisco Padilha e Delegado Resende, ambos do seu partido.

As nuances da ausência

Em São Paulo, como contou Romoaldo de Souza, Guilherme Boulos (PSOL) não gostou de saber que Lula não participaria dos compromissos que havia marcado para sua campanha à prefeitura. O PT paulista, porém, está colocando panos quentes para minimizar a tensão com o psolista, garantindo a presença física do presidente no segundo turno.

No Recife, a ausência de Lula acabou sendo vista com bons olhos pelo entorno de João Campos, uma vez que os altos índices de intenção de voto do prefeito englobam também eleitores bolsonaristas. Um possível palanque ao lado de Lula poderia, portanto, resultar em uma diminuição desse número.

Os socialistas avaliam ainda que, caso o presidente viesse a Pernambuco e evitasse agendas com João, poderia gerar ruídos de que a relação entre os dois estaria comprometida, o que também poderia causar desgaste na imagem do prefeito.

No segundo turno, após a possível reeleição de João Campos, o prefeito da capital deve realizar uma série de agendas nas cidades vizinhas e no interior do estado para impulsionar chapas parceiras, e dessa vez, sim, posando ao lado de Lula.

Olinda e Jaboatão dos Guararapes, na RMR, são consideradas estratégicas pelo PT e devem ser destinos certos de Lula em Pernambuco no segundo turno, caso os candidatos do partido avancem. Caruaru, com Zé Queiroz, também pode estar na rota.

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