Eleições 2024: Mesmo com vitória certa no Recife, João Campos (PSB) não tem garantias de que venceria disputa para o governo de Pernambuco em 2026, avalia cientista político
A leitura é de que o prefeito João Campos domina o Grande Recife, mas no interior quem é referência é a governadora Raquel Lyra, candidata à reeleição
A vitória certa para a segunda gestão à frente da Prefeitura do Recife - e ainda no primeiro turno, vale destacar - de João Campos (PSB) não é garantia de que o candidato conquistaria o governo de Pernambuco em 2026, caso entrasse na disputa. Isso porque o atual prefeito do Recife - que chegou à reeleição com mais de 75% das intenções de voto - faz sucesso na capital, nas redes sociais e até na Região Metropolitana, mas não no interior do Estado.
No interior, pelo menos por enquanto e seguindo a tendência política, quem predomina é a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), a quem João Campos terá que enfrentar porque é candidata certa à reeleição. A análise é do cientista político Adriano Oliveira, que participou do Programa Passando a Limpo, da Rádio Jornal, na programação especial do Sistema Jornal do Commercio de Comunicação (SJCC) para as Eleições 2024, neste domingo (6/10), primeiro turno da votação.
Para Adriano Oliveira, João Campos é um nome fortíssimo - não só estadualmente - e fez uma boa gestão nos últimos quatro anos na capital, mas Raquel Lyra deverá ter uma aprovação de regular à positiva até 2026 e deverá chegar forte na reeleição. “Não parta do princípio de que a estrondosa vitória que João Campos terá signifique que ele é favorito a vencer as eleições de 2026. Porque não é”, afirmou.
“É fato que o jogo de 2026 será disputado entre o prefeito João Campos e a governadora Raquel Lyra, mas devemos trabalhar com um cenário de que a governadora deverá chegar com avaliação de razoável para positiva, leia-se de 45% a 50% de aprovação, sendo uma candidata extremamente forte, e que terá no seu palanque o interior de Pernambuco, diferente de João Campos, que terá a Região Metropolitana do Recife”, avaliou.
“SE APROVAÇÃO DE RAQUEL LYRA CRESCER MUITO, JOÃO CAMPOS PODERÁ DESISTIR DE CANDIDATURA”
Segundo Adriano Oliveira, se a governadora conseguir chegar em 2026 com 60% de aprovação, é provável, inclusive, que João Campos poderá avaliar se deve ou não ser candidato a governador. E destacou a razão da popularidade do prefeito. “Temos que reconhecer que João Campos fez uma boa gestão, isso não pode ser desmerecido. E é difícil fazer oposição a um prefeito com boa gestão”, disse.
O cientista político também fez a leitura da força política que o prefeito do Recife e a governadora de Pernambuco têm atualmente e a reação que esse poder tem provocado no cenário estadual. “Só existem dois atores políticos com força em Pernambuco hoje em dia: Raquel Lyra e João Campos. Consequentemente, os partidos políticos ficam flutuando entre esses dois atores políticos”, explicou.
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“Até o momento, quem leva a maior vantagem é o prefeito João Campos. Mas não sei se isso vai continuar até 2026 porque o barco, o navio de João Campos está muito cheio, inclusive com muitos candidatos a senadores. É o caso de Miguel Coelho (União Brasil), Fernando Dueire (MDB), Silvio Costa Filho (Republicanos) e Humberto Costa (PT).
RAQUEL LYRA COM VAGA E SEM CANDIDATOS PARA O SENADO
Na visão de Adriano Oliveira, o Senado Federal poderá ser um grande atrativo da governadora Raquel Lyra para fortalecer a sua base política para 2026. “No campo da governadora Raquel Lyra é o contrário. Ela precisará procurar um candidato. É possível que vejamos no decorrer do ano rompimentos, partidos mudando de base e rumando para a base da governadora, fortalecendo sua candidatura em 2026”, afirmou.