Moraes confirma data e autoriza júri popular para julgamento do caso Marielle
Vereadora foi assassinada, em 2018, a tiros junto de seu motorista, Anderson Pedro Mathias Gomes, no Estácio, Região Central do Rio de Janeiro
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a realização do júri popular no julgamento dos ex-policiais acusados de serem os autores do assassinato da vereadora Marielle Franco, Ronnie Lessa e Élcio Queiroz. O julgamento foi marcado para o dia 30 de outubro, Moraes também confirmou a data.
A realização do júri foi comunicada pelo titular do 4º Tribunal do Júri, juiz Gustavo Kalile confirmada por Moraes. A autorização do ministro era necessária por ele ser o relator do inquérito do caso no STF.
Para o dia do julgamento, o juiz já havia pedido que, para evitar tumulto, apenas pessoas que participarão efetivamente do júri estejam em plenário. A data foi definida em 12 de setembro em uma reunião de Kalile com o Ministério Público (MP) e a defesa.
Lessa fará uma entrevista para o julgamento no dia 29 de outubro. A defesa pediu autorização ao juiz para o presídio reservar a data anterior para facilitar o início do julgamento. Lessa está no presídio de Tremembé, em São Paulo, ele conseguiu sua transferência após realizar delação premiada identificando os mandantes do assassinato. Antes, ele cumpria pena na Penitenciária Federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.
Tanto defesa quanto acusação desistiram dos depoimentos previstos para o dia do delegado Giniton Lages e do policial civil Marco Antônio de Barros Pinto. Suspeitos de interferir nas investigações para proteger os réus.
Lessa e Queiroz admitiram participar do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Lessa puxou o gatilho, enquanto Queiroz dirigiu o carro usado no crime. A dupla fez deleção premiada e acusou o deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) e seu irmão e conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro Domingos Brazão de serem os mandantes. Os irmãos Brazão negam envolvimento com o crime.
Todos os citados, juntamente com o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro Rivaldo Barbosa e o major da Policia Militar Ronald Paulo de Alves Pereira, são réus no inquérito que tramita no STF por homicídio e organização criminosa. Eles estão presos.