Ricardo Nunes é reeleito em São Paulo e celebra Tarcísio de Freitas

O ex-presidente teve uma participação discreta e controversa na campanha, enquanto o governador se consolidou como o principal aliado Nunes

Publicado em 27/10/2024 às 21:32

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), foi reeleito neste domingo, 27, e vai comandar a administração da maior metrópole da América Latina por mais quatro anos. Na celebração, Nunes direcionou todos os holofotes para o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), ofuscando Jair Bolsonaro (PL).

Empresário e vereador por dois mandatos, Nunes tem 56 anos e venceu a eleição com uma ampla coligação de 11 partidos, que vai da centro-esquerda até o PL, partido que hoje abriga boa parte do bolsonarismo.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teve uma participação discreta e controversa na campanha, enquanto o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), se consolidou como o principal aliado Nunes, sustentando o apoio à sua candidatura até mesmo nos momentos mais críticos da corrida eleitoral.

A relação entre o governador e o prefeito ficou tão estreita que eles passaram a conversar diariamente, com Tarcísio envolvido em quase todas as decisões estratégicas da campanha. "Quero agradecer ao líder maior sem o qual essa vitória não seria possível. O meu amigo que me deu a mão na hora mais difícil, o governador Tarcísio de Freitas", esbravejou o prefeito.

Nunes enfatizou que "a hora das diferenças políticas passou", e que o intuito agora é governar para todos. "Todos merecem igual respeito por parte de quem governa", afirmou. O prefeito reeleito ainda disse que a eleição em São Paulo foi histórica e que a democracia deixou uma lição para o Estado e para o País. "O equilíbrio venceu todos os extremismos", pontuou.

O atual chefe do executivo municipal afirmou que "quem não tiver realizações e algo concreto, terá cada vez mais dificuldade". "O que o povo precisa é de emprego, saúde, educação, segurança e oportunidades", disse.

Nunes ainda evocou a memória do prefeito Bruno Covas em discurso, morto em 2021 em decorrência de um câncer.

Boulos agradece a Lula e cita 'infiltração' do crime organizado

Derrotado na disputa pela Prefeitura de São Paulo, o candidato do PSOL, Guilherme Boulos, fez um discurso de agradecimento ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva neste domingo, 27, a quem se referiu como "inspiração" e a "maior liderança do País".

Diante da confirmação de vitória do atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), o psolista se disse preocupado com o futuro da maior prefeitura do Brasil, em meio à "infiltração" do bolsonarismo e do crime organizado.

"Agora me preocupo com o futuro da nossa cidade, com o que é a infiltração do bolsonarismo e do crime organizado na maior prefeitura do Brasil", disse após o resultado das urnas. "Eu espero que o povo de São Paulo e do Brasil tenham forças para evitar o pior", emendou.

TRE-SP nega alerta de Tarcísio sobre 'campanha do PCC'

O desembargador Silmar Fernandes, presidente do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), afirmou neste domingo, 27, que não recebeu nenhuma informação do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), nem da Secretaria de Segurança Pública do Estado, sobre as supostas mensagens do Primeiro Comando da Capital (PCC) incentivando votos no candidato Guilherme Boulos (PSOL), que teriam sido interceptadas pela Polícia Militar.

"Desconheço. Não tenho nenhuma informação sobre isso", afirmou. "Não é do nosso conhecimento."

O presidente do TRE não quis comentar detalhes do episódio, nem antecipar uma posição, já que deve participar do julgamento do caso. A campanha de Guilherme Boulos entrou com uma ação pedindo que o governador seja punido por abuso de poder político. Se for condenado, Tarcísio de Freitas pode ficar inelegível. Não há prazo para o julgamento.

Ao contrário dos processos sobre propaganda eleitoral, por exemplo, que são analisados em regime de urgência, a ação de investigação eleitoral, aplicável ao caso, tem uma tramitação mais demorada. Esse processo só é julgado depois da chamada fase de instrução, quando são ouvidas testemunhas e produzidas provas

 

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