Bolsonaro: Comissão especial sobre PL da Anistia é caminho para buscar alternativa
O ex-presidente Jair Bolsonaro defende criação de comissão especial na Câmara para analisar a anistia dos presos por atos de 8 de janeiro
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) defendeu nesta terça-feira, 29, a criação de uma comissão especial para discutir o projeto de lei que anistia os processados pelo 8 de janeiro, como determinou o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).
Para ele, a tramitação da proposta pela comissão especial na Câmara, por mais que atrase a conclusão da proposta, "é o caminho que nós temos para buscar alternativa". Bolsonaro ainda disse que o novo colegiado servirá para ouvir "os órfãos de pais vivos", ou seja, dos presos pelos atos de destruição das sedes dos Três Poderes no ano passado, em Brasília.
"Não, muito pelo contrário (a comissão não vai atrasar o PL). Não adianta aprovar por 500 a zero na comissão se o dono da pauta do plenário ... Arthur Lira não está impondo nada, mas uma das alternativas é a criação da comissão. O que o pessoal pretende ao criar a comissão? Trazer para cá os órfãos de pais vivos. Vocês vão ficar chocados", disse o ex-presidente.
Bolsonaro chamou de "quebra-quebra" o ocorrido no 8 de janeiro de 2023 e disse que a destruição e os atos de vandalismo ocorreram "antes do pessoal que estava acampado".
"Teve um quebra-quebra. Pelo que tudo indica foi feito antes do pessoal que estava acampado. O próprio Nelson Jobim falou, depois voltou atrás, que foi um quebra-quebra, algo que todos nós condenamos, mas ninguém tentou dar golpe no Lula. Se fosse dar golpe, seria antes de tomar posse, não depois", declarou o ex-presidente.
"A anistia está sempre na pauta nossa. Nós entendemos que, como cada vez mais tem um número de parlamentares que entende da mesma maneira, até corroborando com o ministro José Múcio, da Defesa, que o 8 de janeiro não foi uma tentativa de golpe, muito menos armada. Muito menos que pessoas unidas queriam mudar o Estado democrático de direito. Anistia é o remédio para isso aí. Tem gente inocente, tem gente com seis filhos que está preso", declarou.
Segundo Bolsonaro, sua situação de inelegibilidade está em segundo plano quando considerada a anistia aos presos pelo 8 de janeiro.