Na Rádio Jornal, prefeitos reeleitos de Vitória e Moreno falam sobre necessidade de parcerias para gerir municípios

Participaram do debate os prefeitos Paulo Roberto (MDB), de Vitória, e Edmilson Cupertino (PP), de Moreno, além da cientista política Priscila Lapa

Publicado em 14/11/2024 às 20:26
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Em debate na Rádio Jornal, nesta quinta-feira (14), os prefeitos reeleitos Paulo Roberto (MDB), de Vitória de Santo Antão, e Edmilson Cupertino (PP), de Moreno, falaram sobre a necessidade de parcerias para gerir municípios e as estratégias para otimizar as gestões. O debate contou com a apresentação de Tony Araújo e participação da cientista política Priscila Lapa.

De acordo com Paulo Roberto, trazendo Vitória como exemplo, “não é fácil” administrar um município, mas enfatizou que é preciso identificar os problemas e realizar “mudanças radicais”, quando necessário.

“Fizemos muito, mas, com certeza, muito ainda há por se fazer na cidade da Vitória. Quebramos alguns paradigmas, nós sabemos que não é fácil administrar um município que vem, às vezes, de alguns vícios e você tem que fazer mudanças radicais, e aquilo que a gente pensa às vezes em implantar logo de imediato não é possível, até pelas dificuldades que se apresentam durante a sua gestão”, disse.

O gestor vitoriense trouxe como exemplo a questão do saneamento básico como um dos problemas a enfrentar no município.

“Nós sabemos que ainda há muito por se fazer, principalmente na área de saneamento, que as cidades infelizmente enfrentam esse grande problema e esse é um problema de saúde pública”, complementou.

Em concordância com o gestor vitoriense, Edmilson Cupertino também elencou o saneamento como dificuldade enfrentada pela sua gestão em Moreno, mas enfatizou a necessidade de buscar apoio do governo de Pernambuco e do governo federal, ressaltando que os dois municípios não possuem condições de cuidar de forma integral do saneamento.

“O planejamento está sendo feito no nosso município, a gente precisa melhorar na saúde, na educação, mas avançou muito mesmo na infraestrutura. A questão de saneamento é muito importante, Vitória hoje é 27%, mas eu acredito que Moreno tem 40% de saneamento e a gente está indo buscar junto com o Governo do Estado, porque tanto Vitória como Moreno hoje não tem condições de cuidar 100% do seu saneamento, tem que ir buscar através do Estado, através do Governo Federal”, afirmou.

A cientista política Priscila Lapa destacou a atuação da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe) no apoio aos municípios de menor porte, a qual considerou como “pioneira” e “referência”. De acordo com Priscila, o movimento municipalista é “muito forte” e destacou a realização de seminários por parte da Amupe, como o mais recente, o Seminário de Novos Gestores, realizado em Gravatá, no início desta semana.

“Esse movimento municipalista em Pernambuco é muito forte, a Amupe é uma referência nacional. Existem outras associações estaduais, mas a Amupe se tornou pioneira e referência em algumas pautas, então realizar um seminário trazendo parcerias, governo federal, governo estadual, eu acho que é fundamental, inclusive, para a sociedade entender a dinâmica de funcionamento da máquina pública”

Priscila complementou, destacando a importância da atuação da Amupe para desmistificar as cobranças em torno das gestões municipais, além de enfatizar o papel do Estado e da União no apoio às prefeituras.

“Muitas vezes, no processo eleitoral municipal, eu acho que os prefeitos sentem isso, que as pessoas responsabilizam 100% o prefeito, o município, por todas as questões e não é assim. No nosso desenho federativo, o município tem as suas atribuições. O Estado tem o papel dele, a União, o ‘primo rico’ da história, que tem a maior arrecadação e redistribui esse recurso por meio de programas, convênios. Essas parcerias com os municípios são muito importantes para que a sociedade também entenda o papel e os limites de cada um”, complementou.

Perguntado sobre as dificuldades para estabelecimento de prioridades em uma gestão, Paulo Roberto voltou a enfatizar a necessidade de estabelecer parcerias, para viabilizar as obras necessárias, também citando a Amupe como exemplo na procura de parcerias e compartilhamento de boas práticas.

“Estabelecer prioridades em uma sociedade como nós vivemos, é difícil, porque a prioridade é atender bem a todos os setores. Você tem que atender bem dentro da saúde, da educação, da segurança, da geração de empregos e renda, da arte, da cultura, você tem que trazer o melhor para dentro da sua sociedade, para dentro da sua cidade. A gente tem que ter parcerias. A parceria vinda do governo federal, do governo estadual, mas, principalmente, nós temos a Amupe, da qual eu sou primeiro secretário e a gente vê que o compartilhamento das boas práticas é muito importante, para que a gente possa ver o que deu certo na cidade do Moreno, se pode dar certo também na cidade da Vitória de Santo Antão, ou em outra cidade do nosso estado, e aí a gente vai aprendendo com essa prática”, analisou.

Ainda de acordo com Paulo Roberto, o estabelecimento de prioridades é fruto do diálogo com a população, enfatizando que o gestor precisa conversar e estar ciente do que acontece dentro do município, mas ressaltando que existem temas que sempre estarão à frente.

“Você tem que conversar, tem que ter o diálogo com as pessoas, acompanhar sempre as tendências que acontecem dentro do seu município para você estabelecer prioridades, mas a gente sabe que a educação, saúde, segurança e a geração de empregos vão estar sempre à frente”

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