"Eu nunca fiz uma eleição pensando na próxima", diz Raquel Lyra ao SJCC, sobre aprovação da gestão
Em entrevista ao SJCC nesta sexta-feira (13), governadora comentou números da pesquisa Quaest que avaliam a gestão estadual até o momento
Em entrevista ao Sistema Jornal do Commercio de Comunicação (SJCC), nesta sexta-feira (13), a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), comentou os números da pesquisa Quaest divulgadas na última quinta-feira (12), que trazem indicadores de avaliação da gestão estadual.
No levantamento, Raquel é aprovada por 54% dos eleitores pernambucanos e reprovada por 42%. Perguntada sobre o impacto desses números, a governadora afirmou que nunca fez uma eleição pensando na seguinte, enfatizando que foi eleita “para fazer mudança” e que está “encerrando o primeiro ciclo”.
“O povo de Pernambuco está me conhecendo agora. Eu nunca fiz uma eleição pensando na próxima eleição. Todo mandato que eu assumi, fui eleita para fazer mudança. O povo de Pernambuco decidiu mudar um ciclo e colocar a mim e a Priscila como líderes do Estado pelos 4 anos que nos deram de oportunidade. Estamos encerrando o primeiro ciclo”, afirmou.
Raquel complementou, afirmando que se estivesse preocupada apenas com as próximas eleições, “estaria fazendo mais propaganda na televisão do que no chão”. A governadora também citou ações da sua gestão à frente do Governo do Estado.
“Se eu estivesse preocupada somente com próxima eleição, eu não estava indo tão profundamente na questão da segurança pública e assumindo como responsabilidade minha também. Eu não estava, em vez de apenas cuidar do ensino médio - que não é pouco desafio, é responsabilidade constitucional do estado -, eu não estava comprando ônibus para levar os meninos para a escola, ou botar 60 mil crianças na creche, universalizar a educação infantil. Isso deveria ter acontecido em Pernambuco há 10 anos atrás”, disse.
“Não adiantava eu cruzar os braços ou apontar os dedos para buscar os culpados. A gente foi dar as mãos. e para dar as mãos e fazer mudança de verdade, a gente tem que colocar luz e foco sobre esses problemas”, complementou.
Apesar dos indicadores, a governadora destacou a importância das pesquisas, ressaltando que é um “insumo” para melhorar a gestão.
“É importante olhar pesquisas e eu faço elas, indicadores, de onde a gente pode chegar melhor, quais são as prioridades, isso é muito importante, como insumo para a gente melhorar o nosso governo”, ressaltou.
Ainda sobre os números e uma eventual dificuldade de angariar popularidade, Raquel afirmou que poderia estar fazendo ações que dessem retorno de aprovação popular, mas que a preocupação é em fazer ações de “transformação de verdade”, que no futuro mudem a vida da população.
“Eu podia estar fazendo outras coisas, que aparentemente pudessem dar uma resposta mais rápida do ponto de vista de aprovação popular, mas eu não faria a mudança para a qual eu fui eleita. Então saibam que eu nunca deixarei de ter uma decisão corajosa que vá poder fazer uma transformação de verdade, em busca de saber se essa é uma decisão que pode afetar ou não a popularidade temporariamente, mas que na frente vai poder mudar a vida da nossa gente”, destacou.
Raquel Lyra faz balanço de gestão no Governo de Pernambuco | Rádio Jornal 13.12.24
Exemplificando o investimento em ações que não convertem popularidade, a governadora citou o investimento em presídios. Raquel Lyra enfatizou a importância da medida, destacando que o tema não foi olhado anteriormente, levando ao patamar de pior sistema penitenciário do Brasil.
“É por isso que eu investi em presídio e isso não é popular. Eu já abri mais de 2 mil vagas de presídio. Se fosse perguntar entre gastar em presídio ou se acha que dá mais voto investindo em propagandas na televisão, é claro que vai ser propaganda, mas se eu não tiver o preso de fato preso, se ele não tiver isolado da comunidade, se ele não tiver oportunidade eventualmente de se ressocializar, a gente vai continuar com a violência crescendo em Pernambuco. Isso não foi olhado e nós temos o pior sistema penitenciário do Brasil, mas a gente não vai continuar tendo”, detalhou.