Braga Netto, ex-ministro do governo Bolsonaro, é preso pela PF

Em nota, a Polícia Federal informou que cumpre, na manhã deste sábado (14), mandados judiciais expedidos pelo STF no inquérito do golpe

Publicado em 14/12/2024 às 9:05
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A Polícia Federal prendeu na manhã deste sábado (14), o ex-vice -presidente do Brasil no governo Bolsonaro e general da reserva do Exército Brasileito, Braga Netto. Ele é alvo do inquérito que apura uma tentativa de golpe no Brasil em 2022. A PF realizou buscas na casa dele, no Rio de Janeiro, local da prisão. Militar, ele será entregue ao Comando Militar do Leste, sob custódia do Exército.

Em nota, a Polícia Federal informou que cumpre, na manhã deste sábado (14), mandados judiciais expedidos pelo Supremo Tribunal Federal em face de investigados no inquérito que apurou a tentativa de golpe de Estado para impedir a posse do governo legitimamente eleito em 2022.

Foram cumpridos um mandado de prisão preventiva, dois mandados de busca e apreensão e uma cautelar diversa da prisão contra indivíduos que estariam atrapalhando a livre produção de provas durante a instrução processual penal.

“As medidas judiciais têm como objetivo evitar a reiteração das ações ilícitas”.

BRAGA NETTO EM INVESTIGAÇÃO

As investigações da PF apontam que Braga Netto faria parte do núcleo "responsável por incitar militares a aderir ao golpe de Estado" e do núcleo de "oficiais de alta patente com influência e apoio a outros núcleos". O ex-ministro já comandou o Ministério da Defesa e a Casa Civil, no governo Bolsonaro, sendo general da reserva do Exército.

Além do mandado de prisão, a operação cumpre dois mandados de busca e apreensão, além de uma medida cautelar diversa da prisão, contra indivíduos acusados de dificultar a produção de provas durante a instrução processual penal. Os mandados estão sendo cumpridos no Rio de Janeiro e em Brasília, com o apoio do Exército.

Braga Netto é apontado pela Polícia Federal como uma figura central na tentativa de golpe. Segundo o relatório do inquérito, as chamadas "medidas coercitivas" previstas no plano Punhal Verde e Amarelo, que incluíam o planejamento operacional para ações de Forças Especiais, foram elaboradas para serem apresentadas ao general. Entre outras ações, o plano previa o assassinato de Lula e Alckmin, além da prisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF.

"Os elementos probatórios obtidos ao longo da investigação evidenciam a sua participação concreta nos atos relacionados à tentativa de golpe de Estado e da abolição do estado democrático de direito, inclusive na tentativa de embaraçamento e obstrução do presente procedimento", diz a PF.

O general da reserva é um dos personagens mais mencionados no relatório de 884 páginas da Operação Contragolpe, sendo citado 98 vezes. A operação resultou no indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros 36 acusados por três crimes: tentativa de abolição do estado democrático de direito, golpe de Estado e organização criminosa.

*Com Estadão Conteúdo

Segundo o relatório, as "ações operacionais para o cumprimento de medidas coercitivas foram planejadas em reuniões que ocorreram na cidade de Brasília, nos meses de novembro e dezembro de 2022". Ainda segundo os federais, em reunião do dia 8 de novembro, pouco depois do segundo turno da eleição presidencial, os militares investigados ajustaram a elaboração do plano que seria exibido a Braga Netto

A defesa de Braga Netto, no entanto, afirma que ele "não tomou conhecimento de qualquer documento relacionado a um suposto golpe, nem do planejamento de assassinato de alguém". Em relação à prisão de hoje, ainda não houve manifestação oficial.

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