Possível fusão entre PSD e PSDB precisa passar por construção política, avalia Raquel Lyra
Recém-filiada ao PSD, governadora de Pernambuco afirmou que possível vínculo entre os partidos "tem que ser bom para todos os envolvidos"

A governadora Raquel Lyra confirmou que há conversas sobre uma possível fusão entre o seu novo partido, o PSD, com sua antiga legenda, o PSDB, mas disse que essa união depende de construções políticas e que o vínculo "tem que ser bom para todos os envolvidos".
A declaração foi dada nesta quinta-feira (13), em entrevista concedida no Encontro Anual Educação Já, realizado pelo Todos pela Educação, no Pavilhão da Bienal, em São Paulo.
Embora tenha reconhecido que existem conversas entre os partidos, a governadora informou que já não pode mais falar pelo PSDB, mesmo após a ida da vice-governadora Priscila Krause ao partido tucano.
Questionada se a presença dela e de Priscila nas duas legendas poderia facilitar o diálogo entre os partidos, a governadora de Pernambuco desconversou.
"A partir do momento que eu saio do PSDB, não cabe a mim mais fazer essas avaliações. Sei que há discussões, inclusive com o PSD, e espero que possa se chegar a um bom termo. Mas isso é uma construção política, tem que ser bom para para todos os envolvidos nessa história. E para isso demanda tempo e maturação", declarou Raquel.
No mesmo evento, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, também confirmou que existem conversas sobre uma possível fusão do partido tucano com outra legenda, como o PSD, afirmando ser ser "fundamental para o PSDB" se associar a outras forças políticas para ter força e relevância no cenário político.
Ratinho Júnior candidato
Raquel Lyra também foi questionada sobre a possível aproximação com o espectro político do governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), indicado pelo presidente nacional da legenda, Gilberto Kassab, para disputar a presidência da República pelo partido em 2026.
Ratinho, como se sabe, tem forte inclinação ao bolsonarismo, mesmo estando em um partido que possui três ministérios no governo Lula.
A governadora de Pernambuco, contudo, preferiu não comentar se estaria na base de apoio a Ratinho, justificando que as eleições de 2026 ainda estão distantes.
Vale lembrar que, desde que passou a ser especulado, o ingresso da governadora Raquel Lyra no PSD sempre esteve vinculado ao interesse dela em integrar a base de Lula, mas esse fator ficou em segundo plano no evento de filiação da gestora ao novo partido, na última segunda-feira (11), no Recife.
"Tem muito tempo para acontecer [a eleição]. Há muita discussão para ser feita sobre alianças, construções políticas e sobre Eduardo Leite, Eduardo Riedel [governador do Mato Grosso do Sul], parceiros governadores do meu anterior partido, o PSDB", respondeu Raquel, sem citar opinião sobre o governador do Paraná.