Herchcovitch abriu SPFW em desfile na prefeitura com filho e prefeito na 1ª fila

ROMERO RAFAEL
ROMERO RAFAEL
Publicado em 18/10/2015 às 19:34
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Vanessa Moreira fechou o desfile de Herchcovitch como modelo exclusiva do estilista/Foto: Zé Takahashi Vanessa Moreira fechou o desfile de Herchcovitch como modelo exclusiva do estilista/Fotos: Zé Takahashi/Fotosite

São Paulo (SP) - No dia em que a Avenida Paulista ficou fechada para carros, numa das medidas mais polêmicas da gestão do prefeito Fernando Haddad, o São Paulo Fashion Week propôs que os convidados para o desfile de abertura do evento, realizado neste domingo (18), no saguão do Palácio do Anhangabaú, onde está a sede da Prefeitura de São Paulo, no Centro da cidade, fossem de transporte público. Para tanto, o convite agregava um Bilhete Único, cartão necessário para quem aqui utiliza ônibus, metrô ou trem. Foi simbólico que a 40ª temporada do SPFW - são 20 anos - ocupasse o espaço de maior representatividade da cidade. Uma escolha de Alexandre Herchcovitch, que uniu a comemoração de seus 20 anos de carreira como estilista à celebração das duas décadas do maior evento de moda do País.

O estilista Alexandre Herchcovitch O estilista Alexandre Herchcovitch

Haddad com a mulher, Ana Estela, sentaram à primeira fila, assim como secretários da cidade, como Gabriel Chalita (educação), e nomes graúdos da moda, tais como Costanza Pascolato e Glória Kalil, e mais a roteirista Fernanda Young (de bigodinho e visual à la Chaplin) e o badalado diretor de arte Giovanni Bianco. Também Fábio Souza, marido de Herchcovitch, tendo no colo um dos dois filhos que o casal adotou - o outro, pequeno demais, ficou em casa.

No canto esquerdo, o marido de Herchcovitch, Fábio Souza, com um dos filhos do casal/Foto: reprodução do Instagram No canto esquerdo, o marido de Herchcovitch, Fábio Souza, com um dos filhos do casal/Foto: reprodução do Instagram

O pequeno no backstage usando óculos-acessório do desfile O pequeno no backstage usando óculos-acessório do desfile

Para o Inverno 2016, a criatividade de Herchcovitch ancorou-se no tema Uma história de boudoir sobre amor e perda, perversão, sexo e poder. Boudoir é como eram chamados, na França do século 18, os quartos onde as mulheres esperavam por seus amantes - o nome provém de como se chamava o quarto de se vestir nos palacetes, logo remete à intimidade feminina e prazer.

A condução a esse universo é feita desde os tecidos: tafetá de seda aqui, cetim de seda ali, tule acolá... exalando feminilidade, sensualidade, fetichismo. As modelos desfilaram camisolas, bodies, calcinhas, sutiãs... Recortes revelavam-se orifícios. Outros vestidos se comunicavam com a perversidade - lembravam, por exemplo, o figurino da personagem judia de Letícia Sabatella (Ana) na minissérie A muralha, de Maria Adelaide Amaral, exibida pela Globo, que era espécie de vítima/objeto sexual do perverso personagem de Tarcísio Meira (dom Jerônimo). Fecha parênteses.

Voltando à coleção montada por Herchcovitch, nas cores, eis a ponte entre o preto e o branco a que ele quase sempre recorre - elas tanto serviram às ideias de perversão e poder, no caso do escuro, quanto de amor e sexo, sugerido pelo claro. Os acessórios também adensaram a temática: os óculos da Chilli Beans tinham lentes frontais e laterais, nas hastes, cercando todo o olhar.

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herchco2*Repórter viajou a convite do SPFW

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