Gastronomia

O voo de um chef: Julio Prouvot assume sozinho o Prouvot Bistrô

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Romero Rafael

Publicado em 05/06/2016 às 18:00 | Atualizado em 23/10/2023 às 11:56
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O chef Julio Prouvot, às vésperas de completar 26 anos, assumiu o comando do Prouvot Bistrô, em Parnamirim, Zona Norte do Recife. É a primeira casa assinada por ele sozinho, sem que o nome do irmão, Hugo Prouvot, venha à frente do seu.

Dez anos cozinhando com as panelas de Hugo, Julio sentiu que estava no tempo de ter as suas próprias e oferecer aos paladares sabores só seus. Ao restaurante de Parnamirim, Julio tem chegado às 9h e saído bem depois da meia-noite, totalmente envolvido - e animado - com o desafio.

Coxa de pato com vinagrete de feijão-verde e laranja - foi uma coxa de pato preparada por Hugo Prouvot, ainda no Mingus, e levada pra casa que fez Julio se apaixonar pela gastronomia e torná-la seu ofício -

Tem chegado cedo para afinar-se com o espaço e os funcionários, inventar comida e cuidar de uma horta que plantou nos fundos do restaurante. "Quero aprender um pouco de agricultura; mexer com terra é uma válvula", conta.

É possível que, muito em breve, Julio use frutos da sua horta no Prouvot. O chef dá valor à culinária saudável, aquela que entroniza produtos orgânicos, sem agrotóxicos, maturados no tempo da natureza, comprados a fornecedores específicos e confiáveis.

Creme de ervilha finalizado com azeite defumado (com gostinho de churrasco, desejável em todas essas noites com temperatura mais amena) mais tomate confit e pãozinho -

Frequenta, inclusive, as feiras orgânicas que ocorrem nas Graças, nas madrugadas das sextas para os sábados. Nessa feira ele encontra, por exemplo, as minicenouras que ele chama - com graça - de "nanocenoura".

No menu degustação servido ao Social1, elas estavam num prato acompanhando um camurim na manteiga. Aquelas "nanocenouras" (veja mais adiante, na galeria) tinham mais sabor de cenoura do as grandes e roliças a que nos habituamos comprar.

Também nos passeios pelas feiras orgânicas teve o estalo de valorizar o ovo. De capoeira (ou caipira - que não é o marrom, de granja), diga-se. Julio quer criar uma estrofe no cardápio só de pratos com ovos - "De repente um ovo pochê bem servido e executado acompanhado de legumes, pra ser compartilhado na mesa... O ovo caipira é saboroso e lindo, super amarelo", diz, com água na boca e brilho nos olhos.

É uma ideia que não encontra par nos principais restaurantes da cidade, mas que pode atrair, sim, um crescente número de pessoas que dão nota alta ao ovo por práticas alimentares associadas a novos estilos de vida.

A juventude de Julio e essa "filosofia de alimentação" que até rompe com uma tradição só podem fazer bem a quem a elas se permitir.

Bife chorizo no molho (leve e nada enjoativo) de caramelo e café com batatas confit e fritas -

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