Na tarde desta segunda-feira (12), em um evento promovido pela Cinemateca Brasileira, o Ministério da Cultura anunciou que O Pequeno Segredo, de David Schurmann, foi o indicado brasileiro para tentar uma vaga na categoria Melhor Filme Estrangeiro no Oscar. Aquarius, de Kléber Mendonça Filho, era um dos fortes candidatos.
Após a divulgação, internautas apontaram que a não indicação do longa está ligada à questões políticas. "Uma comissão sem representatividade, ilegítima e com ética questionada ignorou o candidato óbvio ao Oscar por revanchismo político", escreveu o crítico Pablo Villaça.
O diretor recifense usou a sua conta do Facebook para se pronunciar sobre o assunto. "Soube aqui no Festival de Toronto da decisão via Ministério da Cultura de não indicar AQUARIUS como candidato brasileiro ao Oscar. Estou numa tarde de entrevistas e já vendo o tipo de reação que tem surgido na imprensa e redes sociais. É bem possível que a decisão da comissão esteja em total sintonia com a realidade política do Brasil, ou seja, é coerente e já esperada. Para além de decisões institucionais via Governo Brasileiro, AQUARIUS tem conquistado internacionalmente um tipo raro de prestígio, e isso inclui distribuição comercial em mais de 60 países enquanto já se aproxima dos 200 mil espectadores nos cinemas brasileiros, com um tipo de impacto popular também raro. Mais ainda, é um filme que já faz parte da cultura e desse tempo, num ano difícil no nosso país. No final das contas, AQUARIUS é um filme sobre o Brasil, que está no filme da maneira mais honesta possível. Talvez seja exatamente esta honestidade que tenha feito de AQUARIUS um filme forte como agente cultural, social e produto da nossa indústria do entretenimento. Sonia está aqui do lado, poderosa como Clara. Ela manda beijos! (Toronto, 12 Setembro 2016)", escreveu Kléber.