Claudia Alencar revela ter sofrido estupro durante Ditadura Militar

Anneliese Pires
Anneliese Pires
Publicado em 17/05/2017 às 17:25
Claudia Alencar  / Foto: MF Press Global
Claudia Alencar / Foto: MF Press Global

Aos 66 anos, Claudia Alencar fez uma revelação sobre a violência que sofreu do pai na infância, na adolescência e até mesmo quando já era adulta, foi estuprada durante a Ditadura Militar. No ar na reprise da novela Tieta, no canal Viva, a atriz tem usado sua história para transformar a vida de outras mulheres com palestra.

“Desde criança minha família toda foi abusada pelo meu pai que provavelmente era um psicopata porque ele foi alijado pela família dele e teve que se virar sozinho na vida. Acho que isso fez com que ele agisse como agiu. É a desculpa que dou para ele pois já perdoei, mas não esqueci. Não tive uma infância feliz pois era espancada pelo meu pai sempre que deixava alguma louça para lavar ou que tirava alguma coisa do lugar. Com 20 anos cheguei em casa após ter saído com meu namorado e sem querer quebrei o portão da nossa casa. Meu pai começou a gritar, correu atrás de mim e me enforcou. Comecei a ver tudo escuro e minha mãe ali, vendo tudo, sem saber o que fazer. Quase morri e depois acordei deitada em uma cama”, lembrou aos prantos.

Adulta, a atriz também apanhou de um namorado: “Ele também era um psicopata e eu não sabia. Depois de um tempo morando junto ele começou a gritar comigo, a me bater e eu não podia dizer que queria a separação pois ele me batia na cara e me jogava no chão. Eu chegava com o olho roxo no trabalho, mas dizia que havia caído da escada. Graças a ajuda de uma psicóloga consegui me livrar dele”, contou.

 

O pior aconteceu durante a prisão de 20 dias de Claudia Alencar na época da Ditadura Militar, quando tinha 22 anos. "Eu estava em um grupo de teatro que queria mudar o país para melhor. Me deduraram e fui presa por 20 dias. Fizeram de tudo comigo. Me colocaram no pau de arara, me agulharam e me estupraram", revelou.

Por fim, a atriz falou sobre a superação do trauma e da criação dos filhos Yann e Crystal: “Tenho os meus prêmios na vida. Soube criar meus filhos muito bem, com carinho, alegria, arte e amor. Eles tiveram uma infância, adolescência e juventude que dei de tudo do bom e do melhor. Quis para eles o que nunca tive e graças a Deus pude superar isso. Sempre quis ser uma mulher honrada, com ética, digna, que pudesse contribuir para o mundo”, finalizou.

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