Na semana passada, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que o sacrifício de animais em cultos religiosos é constitucional em nosso país.
Com o julgamento, Luisa Mell, ex-apresentadora e ativista dos direitos dos animais, resolveu criticar tal decisão através de suas redes sociais.
Termos como "absurdo" e "crime" foram utilizados na sua publicação. Entretanto, alguns comentários acusaram Mell de racismo.
"Degolar este inocente cachorrinho, se for em ritual religioso, está liberado! Esta foi a triste decisão do STF ontem! [...] É de uma barbaridade tão grande que nos faz pensar se realmente estamos vivendo um retorno à idade média. ", escreveu ela.
"Nada diferente de quando, em um determinado momento da história, alguns humanos justificavam o abuso de outros humanos simplesmente pela diferença em sua cor, religião...", continuou.
Confira o texto compartilhado no Facebook:
"Degolar este inocente cachorrinho, se for em ritual religioso, está liberado! Esta foi a triste decisão do STF ontem! Por unanimidade nossos ministros decidiram que a degola de um animal para fins religiosos não envolve crueldade ou maus tratos. É de uma barbaridade tão grande que nos faz pensar se realmente estamos vivendo um retorno à idade média. Não importa a religião ou credo em discussão, o foco da Justiça deveria ser a vítima, e não o segmento da sociedade que se sente prejudicado por não poder vilanizar essa vítima. Eles só aprovaram esse absurdo porque animais ainda são vistos como coisas ou entes menos importantes que seres humanos. Nada diferente de quando, em um determinado momento da história, alguns humanos justificavam o abuso de outros humanos simplesmente pela diferença em sua cor, religião... Até quando vamos permitir que a degola de um ser vivo seja vista como algo trivial e tranquila? Respeito todas as religiões... Dentro de cada uma existe a possibilidade de agradar ao seu superior (cada um tem um Deus) de outra maneira sem envolver crueldade, morte... Só me resta pedir perdão aos animais... Eu particularmente, me sinto próxima de Deus quando salvo algum animal em sofrimento! Pra mim, Deus é isso! Amor, compaixão, solidariedade... Salvar e não matar!"
Luisa Mell
Defesa
No último domingo, 31, ela tentou explicar seu ponto de vista e questionou:
"Se eu lutar contra a mutilação genital feminina que é realizada em algumas tribos africanas tudo bem? Ou eu também vou ser considerada racista?", disse ela.
"Não vou ser considerada racista porque a vítima é uma pessoa, aí 'tudo bem', a luta é válida. A gente parte sempre do princípio que a dor dos animais importa menos que qualquer coisa do ser humano. Isso eu enfrento em todas as minhas lutas", afirmou.
Luisa ainda relembrou outras acusações e falou sobre o sofrimento animal na ciência e na religião.
"A questão financeira não pode ser maior que o sofrimento animal. A religião não pode ser maior do que o sofrimento da vítima, a ciência também não. Essa é a minha maneira, por isso eu sou vegana", contou.
"Pra mim, a dor dos animais importa tanto quanto a dor do seres humanos.", explicou.
A ex-apresentadora rebateu algumas críticas:
"Elas não querem que eu tenha o direito de me expressar, de questionar alguma coisa. São pessoas que lutam tanto pela democracia, isso pra mim não dá para entender e nem para aceitar."
No Twitter, internautas ficaram divididos quanto aos comentários expostos por Mell.
Confira:
pq sempre q uma mulher faz algo bom surge pessoas pra boicotar todo o trabalho que ela já fez? em momento algum passaria pano pra ngm mas vou falar da luisa mell pq ela faz um trabalho incrível nos próprios stories ela falou da PRÓPRIA religião sobre sacrifício de animais pqp
— maria 220v (@bisexualingue) March 30, 2019
não, as religiões de matriz africana não sacrificam animais domésticos. vc pode obter essa informação com 10seg de pesquisa no google.
— ixa (@haxixa_) March 30, 2019
ser uma pessoa pública e se posicionar em defesa dos animais espalhando esse tipo de informação se chama calúnia e é crime.
alimento é coisa sagrada no Candomblé, a maioria dos sacrifícios se torna alimento para as pessoas dentro do terreiro. quer dizer que a única diferença entre esse sacrifício e o bife do seu prato é ter feito parte do culto antes de ingerido.
— ixa (@haxixa_) March 30, 2019
o problema de vocês com o Candomblé não envolve compaixão e muito menos veganismo, chama-se RACISMO. racismo religioso, para ser mais específica.
— ixa (@haxixa_) March 30, 2019
se envolvesse compaixão vocês não comprariam animais de raça. se envolvesse veganismo vocês não comeriam peru no natal.
Alô Luísa Mell, tem vegano/vegetariano que é iniciado no Candomblé, e respeita os rituais e inclusive come o que é feito no terreiro. Não vem com pensamento racista pra cima das nossas religiões.
— darth vader em análise (@taaaaina) March 30, 2019
a luisa mell faz texto sobre absolutamente tudo que envolva animais: adoção, comércio, maus tratos, sacrifício etc, por que ela não faria um texto só porque envolve religião, se ela faz sobre tudo justamente por ser: ativista da causa animal?
— Déia Freitas (@NaoInviabilize) March 30, 2019
é MUITO difícil lidar c/ religiosos.