ANIMAIS

Luisa Mell critica posicionamento favorável do STF sobre sacrifício animal em cultos religiosos e gera polêmica

A ex-apresentadora e ativista dos direitos dos animais criticou a decisão através de suas redes sociais.

Igor Guaraná
Igor Guaraná
Publicado em 01/04/2019 às 18:28 | Atualizado em 26/01/2022 às 20:09
Luisa Mell (Imagem: Reprodução / Instagram)
Luisa Mell (Imagem: Reprodução / Instagram)

Na semana passada, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que o sacrifício de animais em cultos religiosos é constitucional em nosso país.

Com o julgamento, Luisa Mell, ex-apresentadora e ativista dos direitos dos animais, resolveu criticar tal decisão através de suas redes sociais.

Termos como "absurdo" e "crime" foram utilizados na sua publicação. Entretanto, alguns comentários acusaram Mell de racismo.

"Degolar este inocente cachorrinho, se for em ritual religioso, está liberado! Esta foi a triste decisão do STF ontem! [...] É de uma barbaridade tão grande que nos faz pensar se realmente estamos vivendo um retorno à idade média. ", escreveu ela.

"Nada diferente de quando, em um determinado momento da história, alguns humanos justificavam o abuso de outros humanos simplesmente pela diferença em sua cor, religião...", continuou.

Confira o texto compartilhado no Facebook:

"Degolar este inocente cachorrinho, se for em ritual religioso, está liberado! Esta foi a triste decisão do STF ontem! Por unanimidade nossos ministros decidiram que a degola de um animal para fins religiosos não envolve crueldade ou maus tratos. É de uma barbaridade tão grande que nos faz pensar se realmente estamos vivendo um retorno à idade média. Não importa a religião ou credo em discussão, o foco da Justiça deveria ser a vítima, e não o segmento da sociedade que se sente prejudicado por não poder vilanizar essa vítima. Eles só aprovaram esse absurdo porque animais ainda são vistos como coisas ou entes menos importantes que seres humanos.  Nada diferente de quando, em um determinado momento da história, alguns humanos justificavam o abuso de outros humanos simplesmente pela diferença em sua cor, religião... Até quando vamos permitir que a degola de um ser vivo seja vista como algo trivial e tranquila?  Respeito todas as religiões... Dentro de cada uma existe a possibilidade de agradar ao seu superior (cada um tem um Deus) de outra maneira sem envolver crueldade, morte... Só me resta pedir perdão aos animais... Eu particularmente, me sinto próxima de Deus quando salvo algum animal em sofrimento! Pra mim, Deus é isso! Amor, compaixão, solidariedade... Salvar e não matar!"

Luisa Mell

 

Defesa

No último domingo, 31, ela tentou explicar seu ponto de vista e questionou: 

"Se eu lutar contra a mutilação genital feminina que é realizada em algumas tribos africanas tudo bem? Ou eu também vou ser considerada racista?", disse ela. 

"Não vou ser considerada racista porque a vítima é uma pessoa, aí 'tudo bem', a luta é válida. A gente parte sempre do princípio que a dor dos animais importa menos que qualquer coisa do ser humano. Isso eu enfrento em todas as minhas lutas", afirmou.

Luisa ainda relembrou outras acusações e falou sobre o sofrimento animal na ciência e na religião.

 "A questão financeira não pode ser maior que o sofrimento animal. A religião não pode ser maior do que o sofrimento da vítima, a ciência também não. Essa é a minha maneira, por isso eu sou vegana", contou.

"Pra mim, a dor dos animais importa tanto quanto a dor do seres humanos.", explicou.

A ex-apresentadora rebateu algumas críticas: 

"Elas não querem que eu tenha o direito de me expressar, de questionar alguma coisa. São pessoas que lutam tanto pela democracia, isso pra mim não dá para entender e nem para aceitar."

No Twitter, internautas ficaram divididos quanto aos comentários expostos por Mell.

Confira:

 

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