A importância dos pais e educadores na conscientização da alimentação saudável na infância

Igor Guaraná
Igor Guaraná
Publicado em 12/10/2019 às 11:00
Crianças e hábitos saudáveis. Foto: Reprodução/Internet/Portal Expansão
Crianças e hábitos saudáveis. Foto: Reprodução/Internet/Portal Expansão

Não é segredo para ninguém: A alimentação saudável não é apenas importante na fase adulta de um indivíduo. Crianças, em especial, precisam desenvolver uma alimentação regrada para fortalecer e ampliar funções vitais ao longo da vida.

Neste contexto, pais e educadores têm papéis centrais no desenvolvimento alimentar infantil. "Cada pessoa que tem contato com a criança acaba influenciando em seus hábitos alimentares", explica a nutricionista materno-infantil, Bruna Franco.

"A sociedade como um todo acaba interferindo nesse processo - amigos, escola, vizinhos...", diz a profissional, ressaltando o desafio sobre o assunto. Apesar da procura e da conscientização por grande parte dos pais e educadores, Franco afirma que "ainda existe um longo caminho a ser percorrido".

"...A publicidade alimentar infantil, por exemplo, tem sofrido críticas e punições a fim de que as crianças, indefesas e sem senso crítico, sejam blindadas de influências mercadológicas negativas", diz Bruna. A nutricionista destaca um estudo do Ministério da Saúde sobre obesidade infantil. Nele, 12,9% das crianças brasileiras, de 5 a 9 anos, são obesas, acompanhados por 18,9% de adultos na mesma e perigosa estatística.

Pais e escolas

O hábito, como explica o dicionário Aurélio, é um ação que se repete com frequência e regularidade ou um comportamento que alguém aprende e repete frequentemente. Portanto, os hábitos saudáveis na infância, como ressalta Franco, são pequenas e continuas atitudes. E, claro, pais e educadores precisam se comprometer com tal atitude.

Escolas, de acordo com a profissional, precisam vetar o consumo de guloseimas, além de incentivar a educação nutricional. "Não adianta fazer uma ação pontual no que diz respeito à alimentação. É incentivar o hábito", esclarece.

Os pais, que costumam trazer vícios alimentares para os pequenos, devem exercer o desafio e a responsabilidade neste momento. Outro curioso ponto destacado por ela, é a retomada da família à mesa. "[É] o local onde os hábitos alimentares são aprendidos [...], e a cada dia as famílias estão perdendo o hábito de sentar-se em volta da mesa", elucida.

Lancheira, o que levar?

Em constante construção de paladar, os pequenos precisam, com ajuda do meio, formar sua percepção alimentar. Neste momento, é hora de estimular os hábitos saudáveis e, para tal, a produção da lancheira é essencial. Biscoitos e sucos industrializados devem ser evitados.

"Frutas", enfatiza Bruna. "Água também. Depois complementar com um outro item, que pode ser pipoca caseira, tapioca, ovinhos de codorna, bolinhos caseiros feitos com farinha de aveia, pão integral com patê, crepioca, milho cozido, iogurte sem tantos aditivos, oleaginosas", conclui.

Equilíbrio

O saudável precisa virar rotina, mas não um fardo, principalmente quando falamos de crianças, claro. O equilíbrio é fundamental, não apenas na infância, mas na vida adulta. Por isso, Franco explica que o "Dia do Lixo", presente na vida de muitos adultos como um 'relaxamento' na dieta, não se aplica aos menores.

"[...] Podemos comer de tudo, com leveza e sem restrições exageradas. Todos nós podemos comer itens que não são saudáveis", diz ela, que faz uma comparação pessoal. "Prefiro conduzir com mais leveza a alimentação dos meus filhos, não mostrando a eles um senso de proibido, e sim trazendo a eles a responsabilidade de analisar se é interessante consumir aquilo naquele momento ou não", ilustra.

Não, o trabalho não é fácil, mas a conscientização precisa partir do princípio e seguir linha reta. A obesidade infantil ainda é uma crescente no país, e o seu combate começa pela educação (ou reeducação) do meio. Sem ele, o caminho é árduo e o risco da criança se tornar um adulto acima do peso e com problemas de saúde é, de fato, grande.

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