Chegando a atingir 30% das queixas em um consultório oftalmológico, a Síndrome do Olho Seco é uma doença comum e que, muitas vezes, passa despercebida se a consulta for conduzida por um profissional menos detalhista.
A variedade de sintomas, porém, interfere muito no conforto da visão e, consequentemente, na qualidade de vida. A partir de 2020, uma nova tecnologia para tratamento da Síndrome estará à disposição dos pacientes do Instituto de Cirurgia Ocular do Nordeste (Ícone), no Recife: a termoterapia, uma espécie de fisioterapia que faz uso de calor e vibração para estimulação das glândulas lacrimais.
“A lágrima é um elemento fundamental para o conforto da visão. Se essa lágrima perde qualidade, a lubrificação do olho é comprometida e isso pode levar à Síndrome do Olho Seco. É um quadro que atinge a população que envelhece, de uma maneira geral, e as mulheres pós-menopausa são um grupo importante de pacientes. As mudanças hormonais do corpo da mulher geram uma maior incidência da doença, mas há outros fatores que contribuem para a ocorrência, como uso de medicamentos, alimentação industrializada, exposição excessiva à luz de equipamentos eletrônicos”, detalha o cirurgião-oftalmologista Álvaro Dantas, do Ícone.
Entre os sintomas clássicos da Síndrome do Olho Seco estão secura, vermelhidão, coceira, ardência, embaçamento e sensação de areia. “São sintomas muito variados, então o olho seco deve ser sempre um ponto de atenção para o oftalmologista. A primeira coisa a fazer com esse paciente são exames específicos que vão mapear o que está acontecendo com a produção lacrimal, quanto tempo dura a lágrima, como os componentes da lágrima estão se comportando. Com essas informações em mãos, o médico decide com o paciente qual a melhor linha de tratamento”, pontua Dantas.
Além da termoterapia, desenvolvida com equipamento da Johnson & Johnson, o Ícone oferece também a IPL (Luz Intensa Pulsada, na sigla em inglês), plugues para drenagem e os populares colírios lubrificantes. Tendo estudado a fundo a Síndrome do Olho Seco na dissertação de mestrado defendida em setembro deste ano na Universidade de São Paulo (USP), Álvaro Dantas acredita que o uso de colírio é pouco eficaz no que diz respeito à qualidade de vida do paciente.
“O colírio é a solução mais comum, barata e imediata, mas pode gerar uma dependência grande a um tratamento que é apenas paliativo. O Ícone tem todo o arsenal para diagnóstico e tratamento do olho seco. Seremos o primeiro centro médico brasileiro a oferecer a termoterapia, que é uma alternativa diferenciada da IPL, mas ambas com a mesma finalidade, que é a estimulação da glândula lacrimal. São condutas que atacam a origem do problema, para melhorar a qualidade da lágrima produzida pelo organismo”, avalia o cirurgião-oftalmologista.
Cinco anos de pioneirismo
Realizando uma média de 60 consultas por dia e 100 cirurgias por mês, o Ícone tem o cirurgião Álvaro Dantas à frente de 90% dos procedimentos, desde o diagnóstico até o pós-operatório. Este ano, o Instituto completou cinco anos de funcionamento no Recife – apesar de curta, é uma história cheia de realizações e marcos.
“O Ícone foi implantado para trazer a Pernambuco o que há de melhor em termos de oftalmologia. São as melhores tecnologias e as melhores práticas profissionais, sem nenhuma política de reaproveitamento, de corte de custos, de usar produtos mais baratos. O que buscamos é a segurança e a satisfação máximas de nosso paciente”, avalia o especialista.
Como resultado desses investimentos, o Ícone reverteu o fluxo de pacientes em relação à cirurgia de catarata, por exemplo. “Oferecemos o procedimento a laser desde 2016. Antigamente, as pessoas saíam daqui para se operar em São Paulo ou Belo Horizonte, mas hoje em dia temos pacientes vindo do Sul e Sudeste do Brasil para fazer a cirurgia conosco, resultado da confiança em nossa excelência técnica. Recife é um polo médico e, além disso, geograficamente estratégica: para quem vem da Europa, África, EUA, para o Nordeste inteiro, com o aeroporto dentro da cidade e bem pertinho da gente”, enumera.
Em cinco anos de pioneirismo, a história do Ícone traz consigo uma série de momentos marcantes. O Instituto foi o primeiro Zeiss Reference Center da América Latina, em projeto aprovado pela matriz alemã da empresa que é sinônimo de lentes e tecnologia óptica.
O uso do Catalys Precision Laser System na cirurgia para catarata também aconteceu primeiramente no Ícone, entre os estados nordestinos. Quem escolhe o Ícone para a cirurgia de correção da catarata também pode contar com o Ora System, uma tecnologia inovadora para cálculo exato da lente durante o procedimento, trazendo maior precisão do que a abordagem tradicional, que faz essa previsão antes da operação.
O Operio é outro equipamento que faz parte da rotina no Ícone: ele é um purificador posicionado acima do campo cirúrgico, garantindo um ar mais limpo do que numa sala de operações tradicional, já sujeita aos protocolos da Vigilância Sanitária.
Por fim, os familiares dos pacientes têm à disposição o chamado Cine Cirúrgico Ícone. “É um espaço que acolhe a família, para que acompanhe a cirurgia em tempo real, vendo exatamente o que o cirurgião vê. É uma inovação que encanta e desperta o interesse de muita gente, possível somente por causa do sistema de visualização 3D utilizado durante as operações”, contextualiza Álvaro Dantas.