por Bruna Serra / Especial pro Social1
No coração do bairro da Boa Vista, centro do Recife, um singelo portão branco abre-se para um imenso galpão. As sombras das mangueiras e de um cajueiro carregado patrocinam o vento que bate as janelas antigas.
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É a nova casa do grupo de teatro Magiluth, que se apaixonou pelo local depois da montagem da série “Chão de Estrelas”, dirigida por Hilton Lacerda, que também esteve à frente do filme “Tatuagem”. No dia 15 de janeiro, o grupo abrirá oficialmente o espaço com um evento que ainda está sendo desenhado.
Encostada na parede do galpão, Cris Malta começa a dar vida a mais uma criação. Um imenso tucano toma a forma do rosto anguloso da atriz Chandelly Braz. As duas pernambucanas criaram juntas todo o conceito de uma maquiagem que é a especialidade de Cris: pássaros aquarelados.
Após uma temporada em cartaz no Rio de Janeiro com a peça “Os Sete Afluentes do Rio Ota”, Chandelly pôde desfrutar do verão em casa. Nascida em Minas Gerais, ela veio morar em Ipojuca com a mãe ainda pequena. Chandelly está radiante com sua participação na montagem, deve voltar aos palcos em 2020.
“É uma peça de cinco horas e eu faço uma menina que fica cega por causa dos efeitos dos bombardeios em Hiroshima. Um grande desafio e com um elenco que eu admiro muito”, conta enquanto um pincel fino finaliza o tucano em seu rosto.
Cris Malta – que está morando em São Paulo desde o início de 2018 – está no Recife para curta temporada. Deve promover cursos de pintura artística na cidade em janeiro, a partir do dia 18. Nas oficinas, ensina, entre outras, a arte dos pássaros aquarelados.
“Comecei com azulão e a nova leva que estou criando agora foi inspiração que veio após trabalhar no filme ‘O Circo Voltou’. O carcará, o sabiá do peito laranja…o filme me inspirou porque começamos a filmar em São Paulo e fomos até Maceió, passando por Belo Horizonte. Então, vi muitos pássaros”, conta Cris. ‘O Circo Voltou’ é o novo filme de Paulo Caldas e Bárbara Cunha, atualmente em fase de finalização.
Sentado à porta do galpão, Felipe Lorega não parecia não se incomodar com o calor implacável de uma manhã de domingo. Conhecido pelos ensaios que misturam feminino e natureza, numa atmosfera muito própria, era sua primeira vez com Chandelly e Cris. A sessão, de mais de cinco horas, teve o figurino cedido pela loja Juliana Beltrão.
Felipe já fotografou mais de 100 mulheres, quase todas em cenários naturais como praias, cachoeiras e matas. Seu trabalho mais recente foi com a digital influencer Nara Marques, clicada na praia do Cupe.
“Eu comecei fotografando em casa. Fui percebendo que o que estava no mercado não estava me atendendo. Eu queria fotos autorais. Então foi bem natural que comecei e fui encontrando depois a natureza e mesclando com minha identidade e chegando a esses resultados”, relata.