Brasileira Ariella Moura conquista 3º lugar no Miss International Queen

ROMERO RAFAEL
ROMERO RAFAEL
Publicado em 09/03/2020 às 19:03
Ariella Moura durante o Miss Tiffany's Universe, na Tailândia - Foto: reprodução do Instagram
Ariella Moura durante o Miss Tiffany's Universe, na Tailândia - Foto: reprodução do Instagram

A modelo mineira Ariella Moura, de 22 anos, coroada Miss Beleza Trans Brasil 2019, ficou no top 3 do Miss International Queen, realizado no fim de semana em Pattaya, cidade próxima à Bangkok, na Tailândia. O concurso de beleza é considerado o principal para mulheres transexuais no mundo.

A mexicana Valentina Fluchaire foi a vencedora da competição, coroada Miss International Queen. No 2º lugar ficou a tailandesa Ruethaipreeya Nuanglee.

"A nossa identidade de gênero sempre vai vir antes de nossa capacidade"

Em rede social, Ariella Moura compartilhou sua alegria por participar do concurso e ter chegado ao top 3, agradeceu as mensagens que recebeu e refletiu sobre dificuldades enfrentadas por ela, comuns às mulheres trans. "A nossa identidade de gênero sempre vai vir antes de nossa capacidade."

Leia a transcrição de vídeos publicados por Ariella Moura nos Stories do Instagram:

"Realmente, não é fácil pra gente que é trans - transexual, travesti. A gente sabe que é sempre mais difícil. Para estar onde eu estou hoje, para ser a Ariella que eu sou hoje, passei por muita coisa, ouvi vários nãos, nunca era boa o bastante. E as pessoas sempre vão justificar isso pela nossa identidade de gênero. Vão falar 'ai, é porque ela é trans, ela é travesti...' A gente sempre tem que dar o nosso melhor em tudo o que for fazer , tem que ser excepcional, porque a nossa identidade de gênero sempre vai vir antes da nossa capacidade. Sempre. E eu acho que está muito longe de mudar essa situação, esse pensamento das pessoas.

Isso tudo é pra dizer a todas as meninas, especialmente às meninas trans, que nunca deixem de trabalhar muito pelos seus sonhos, porque sei que muitas se sentem como eu me sentia - ou ainda me sinto, porque eu ainda sou muito insegura em vários aspectos comigo mesma -, mas a gente não pode parar. São tempos difíceis, especialmente no Brasil, com um governo que não apoia e com pessoas muito hipócritas, que são 'cabeça aberta' para muita coisa, mas quando se trata de transexualidade são cegas, não olham pra gente. Mas, a gente não pode desistir e tem que continuar lutando e mostrando que estamos aí para ocupar todos os lugares, porque a gente tem direito."

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