Psicólogo alerta para saúde mental da população LGBTQI+ na quarentena

ROMERO RAFAEL
ROMERO RAFAEL
Publicado em 01/06/2020 às 15:41
O psicólogo Carlos Santos - Foto: Divulgação
O psicólogo Carlos Santos - Foto: Divulgação

É certo que todas as pessoas, ou a grande maioria, têm experimentado sensações desconfortáveis desde que os protocolos de isolamento social foram recomendados pelos órgãos de saúde e postos em prática pelos governos. O psicólogo clínico Carlos Santos atenta para esses efeitos em populações mais vulneráveis - como são as pessoas LGBTQI+.

O entendimento é simples: por exemplo, jovens que se identificam como lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, queers, intersexuais etc, pensam mais em suicídio do que jovens heterossexuais e cisgênero (aquele cuja identidade de gênero é compatível com o gênero de nascimento; ou seja, com seu órgão sexual). Pesquisa da Universidade de Milão-Bicocca publicada em 2018 aponta que o indício é três vezes maior para jovens homossexuais, e cinco vezes maior para jovens transexuais.

"Essa parcela da sociedade já carrega uma maior vulnerabilidade ao desenvolvimento de sofrimento de ordem emocional. O isolamento pode aumentar consideravelmente o estresse tendo em vista que já é, em si, uma situação potencialmente ansiogênica [que provoca ansiedade]. Nessa situação, o desenvolvimento de quadros ansiosos e depressivos pode aumentar", analisa Carlos Santos, que é gay, o que o torna mais sensível à questão.

"Sintomas como angústia constante, falta de ar, sono em excesso ou insônia, alterações do humor, aperto no peito, sentimento de inutilidade, entre outros, podem indicar a necessidade da busca de um profissional", alerta o psicólogo. Cuidem-se e unam-se. Mesmo em isolamento, não é necessário ficar sozinho. Busquem amigos, criem redes de apoio, conversem sobre seus sentimentos e sobre o dia a dia. Falar sobre seus sentimentos pode ser uma maneira de aliviá-los e perceber que você não está só", orienta.

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Onde buscar ajuda?

É possível buscar ajuda psicológica no CVV (Centro de Valorização da Vida), acessível 24 horas pelo telefone 188; já em caso de violência física ou psicológica, há o Disque Direitos Humanos, pelo telefone 100. E nos casos mais severos, o Hospital Ulysses Pernambucano (HUP), na Tamarineira, oferece emergência psiquiátrica. O telefone do HUP é: (81) 3182-9900.

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