Em conversa com Hugo Bonemer, Ícaro Silva falou sobre o preconceito e racismo dentro da comunidade gay. Aos 33 anos, o ator citou esse espaço como um local que acontece muito racismo e misoginia.
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"Eu, como menino viado e preto, menino bicha e preta, vou falar para vocês, meninos bichas brancas. Parem de hipersexualizar os nossos corpos. Parem de achar que a gente é 'o negão' que vai satisfazer os seus desejos. Olhem para a nossa afetividade".
A ideia de hiperssexualização dos corpos atinge não somente homens, como também mulheres negras. É a ideia de que aquele corpo, materialmente falando, possua potência quase que exclusiva sexual. Dentre o gênero masculino, alguns 'mitos' estão ligados a esse pré-conceito, como o tamanho do órgão sexual.
Ainda na live, Ícaro Slva desabafou sobre a decepção que sentiu. Ele achava que "seria bem acolhido" no movimento gay, mas se deparou com algo diferente.
"Existe uma misoginia e o racismo dentro da causa gay, do homem homossexual. Especificamente desse recorte do homem gay e branco. Isso é muito complicado. Se a gente não olha para a afetividade das pessoas, a gente não consegue transformar elas em pessoas".
O ator ainda continuou, pontuando que o argumento de não se relacionar ou sentir atração por negros é racismo. "Já vi meninos gays e brancos falando que não sentem atração por negro. Como você pode saber que não gosta de uma pessoa baseado na etnia dela?! Isso se chama racismo".