Bianca Andrade fala sobre polêmica no Pânico e expõe machismo

Anneliese Pires
Anneliese Pires
Publicado em 19/07/2020 às 11:36
Bianca Andrade (Foto: Reprodução/Instagram)
Bianca Andrade (Foto: Reprodução/Instagram)

Depois da situação de constrangimento pela qual passou durante sua participação no programa Pânico, desta sexta-feira (17), quando foi interrompida pelos apresentadores, Bianca Andrade decidiu se pronunciar.

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Em resposta a um post sobre o assunto publicado pelo perfil @subcelebrities, no Instagram, ela desabafou: Agradeço muito à todas as pessoas que me criticaram na época do Big Brother e me fizeram acordar para muita coisa. Não é fácil assumir seus erros, se questionar e entender por que eles aconteceram”.

“Mas foi a melhor escolha da minha vida. Hoje eu consigo lidar com uma entrevista dessa, ciente de quem eu sou, enquanto no Big Brother eu chorava todo dia por estar perdida e com o psicológico massacrado. Isso não tem preço que pague”, finalizou.

Durante o programa, Bianca tentava falar sobre o seu posicionamento feminista, mas era interrompida o tempo todo pelo apresentador Emílio Surita e demais membros da equipe. Sem alternativa, ela precisou gritar e pediu para não ser interrompida enquanto falava.

A postura firme e decidida de Boca Rosa rendeu elogios dos fãs nas redes sociais à ex-BBB, empresária e influenciadora. “Emílio, me ouve”, pedia Bianca Andrade, na tentativa de chamar a atenção dos homens que falavam, em paralelo, sobre privilégios.

“Posso falar como convidada?”, ironizou a carioca, em seguida. A blogueira, que cresceu na Favela da Maré, no Rio de Janeiro, se comparou com uma amiga negra para citar um exemplo.

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“[O fato de ser privilegiada] Não invalida o meu esforço, morei na favela até meus 20 anos. Mas uma mulher negra não tem os mesmos privilégios que eu, que sou uma mulher branca. Uma amiga minha teve menos oportunidades que eu por ser negra, teve que trabalhar quatro vezes mais. Por isso tento dividir meu privilégio com outras vozes”, explicou.

Já sobre o feminismo, Bianca – que sofreu críticas por causa do assunto no BBB 2020 – declarou: “Um conselho que eu dou para vocês: quando uma mulher for falar de feminismo, se coloquem no lugar de ouvinte e tentem entender”.

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“O que a gente tá falando não é a toa. E se a gente tá falando, se existe esse movimento, é porque dói, machuca. Quando ela for falar disso, pensem. Será que me coloquei no lugar dela? Será que não dói ter que trabalhar em dobro para ganhar o mesmo que um homem? Não cansa? Não enche o saco?”, disparou ela.

Emílio insistiu que há exageros no movimento. Ela rebateu e pediu para que os homens saiam da posição de defesa: “A gente falou sobre o machismo e mais uma vez levam pra gente. Vocês estão em posição de privilégio. Você não sabe o que é entrar numa reunião e o cara não te levar a sério, te chamarem de burra só por você ser mulher. A gente tem que ter consciência sobre”.

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