Cerca de 30 funcionários da TV Globo - entre atrizes, atores e outros profissionais - enviou carta à direção da empresa pedindo uma reunião e manifestando descontentamento com o encaminhamento do processo que investigou Marcius Melhem, ex-chefe do departamento de humor da emissora, quanto a uma denúncia de assédio moral feita por Dani Calabresa. As informações são da colunista da Folha de S. Paulo Mônica Bergamo.
Entenda o caso:
A denúncia foi tornada pública em dezembro, pelo jornalista Leo Dias. Além de Dani Calabresa, à época, também foram levantados os nomes das atrizes Maria Clara Gueiros e Renata Castro Barbosa, que se manifestaram negando. Apenas o nome de Calabresa está ligado ao caso; no entanto, segundo Bergamo, outras pessoas também fizeram acusações ao Compliance da TV Globo. Nem Calabresa nem Marcius Melhem falaram publicamente sobre o caso. E em fevereiro, equipe do "Zorra" fez abaixo-assinado em defesa dele.
No início de março, Marcius Melhem foi absolvido pelo comitê de ética da TV Globo, segundo noticiou o colunista do UOL Maurício Stycer. A denúncia estaria imbricada à concepção do programa "Fora de Hora", que teria Dani Calabresa no elenco. A humorista estaria envolvida no projeto enquanto uma reformatação do "Furo", que ela apresentou na MTV, mas Melhem, à frente do departamento de humor, fizera diferente. Calabresa, então, deixou a produção e também teria denunciando o ex-chefe por plágio. O caso foi tratado discretamente, de forma interna, e não se sabe detalhes.
Ainda no início de março, junto com a absolvição, Marcius Melhem pediu licença para acompanhar o tratamento de saúde da filha nos Estados Unidos. Já agora, em agosto, foi noticiado que ele e a TV Globo romperam o contrato. O desfecho do caso e o tom cordial da nota divulgada no encerramento do contrato - que fala em "comum acordo" e "parceria de 17 anos de sucesso" - incomodaram os funcionários que enviaram a carta ao diretor-geral da emissora, Carlos Henrique Schroder.
Os funcionários dizem, na carta, que, "com a urgência que o assunto merece", estão engajados em "criar um ambiente de trabalho saudável, transparente e digno para todas e todos". E pedem para debater medidas que garantam "daqui para a frente o respeito e a segurança" dos colaboradores. Já foram realizadas duas reuniões - com as diretorias de Desenvolvimento e Acompanhamento Artístico e de Compliance. Os profissionais, no entanto, seguem descontentes.