Homofobia: Pastor disse que vai orar pela morte de Paulo Gustavo porque ele é gay
Há um Brasil em oração pela recuperação de Paulo Gustavo, que está internado na UTI de um hospital no Rio de Janeiro, desde o dia 13 de março, por complicações graves da covid-19. Mas nesse Brasil - não se deve esconder - há também quem ache que o ator e humorista devesse morrer porque é gay. Desejar a morte de alguém que se relaciona com outra pessoa do mesmo sexo por causa justamente de sua orientação sexual configura homofobia. Assim agiu um pastor da Assembleia de Deus de Alagoas.
O pastor José Olímpio publicou no Instagram uma foto em que aparece Paulo Gustavo no filme "Minha Vida em Marte" (2018), em que ele interpreta Aníbal, amigo gay da protagonista, vivida por Mônica Martelli. Na legenda, escreveu: "Esse é o ator Paulo Gustavo que alguns estão pedindo oração e reza. E você vai orar ou rezar? Eu oro para que o dono dele o leve para junto de si".
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O pastor, que trabalha como assessor do presidente da Assembleia de Deus no estado de Alagoas, deletou o post, mas o print (abaixo) tem sido compartilhado nas redes sociais. Segundo apuração do site Leia Já, José Olímpio é assíduo no Instagram, onde publica postagens em defesa do presidente Jair Bolsonaro e da chamada "família tradicional brasileira". A conta está fechada.
Torcer pela vida de quem quer que seja pressupõe humanidade e também fraternidade, princípio do cristianismo, que é a origem das denominações evangélicas. Paulo Gustavo tem mobilizado muita gente na torcida pela sua recuperação porque a muitos cativou com sua graça. Mas ser humano e fraterno é torcer pela vida de quem quer que seja - inclusive daqueles de quem somos diferentes - ainda mais numa realidade de milhares de mortes diárias.
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