INTRIGAS

Mario Frias na Cultura: lista de confusões vai muito além de Jones Manoel

Episódio do secretário especial de Cultura envolvendo o historiador Jones Manoel não foi a primeira confusão envolvendo o ator

Imagem do autor
Cadastrado por

Augusto Tenório

Publicado em 16/07/2021 às 17:00
Artigo
X

Nesta semana, Mario Frias causou revolta ao afirmar que Jones Manoel, historiador negro, precisava de "um banho". O episódio, porém, não foi a primeira confusão armada pelo secretário especial de Cultura, fiel escudeiro do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Nosso Drácula tupiniquim — lembrem-se da sua atuação como o vampiro em Os mutantes (Record, 2008) — já foi responsável por algumas confusões envolvendo a classe artística nacional, que denuncia a inoperância da pasta. Ele é o substituto de Roberto Alvim, demitido após copiar o discurso de Joseph Goebbels, Ministro da Propaganda na Alemanha Nazista.

Acusações de racismo contra Jones Manoel

Ao defender o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), citado em publicação de Jones Manoel, Frias afirmou não conhecer o pernambucano, mas sugeriu a necessidade de "um banho". O historiador, negro, denunciou a fala como racismo e ganhou apoio nas redes sociais.

 

Reprodução/Instagram
Mario Frias atacou Jones Manoel - Reprodução/Instagram

Frias tentou se justificar: "Toda pessoa suja precisa tomar banho e não existe pessoa mais suja do que aquela que deseja e celebra a morte de um Chefe de Estado democraticamente eleito enquanto louva um genocida como Stalin".

Esqueceu, porém, que o próprio chefe, em entrevista, já desejou a morte de Dilma Rousseff (PT), quando ela ocupava o Palácio do Planalto e ele um assento na Câmara dos Deputados.

Intervenção malsucedida

Uma das primeiras confusões de Frias foi quando resolveu, de acordo com informações da Época e do O Globo, tentar intervir na escolha do candidato brasileiro ao Oscar 2021 de forma que a proposta deixaria a decisão próxima da ala militar governista. O ex-ator, porém, não soube por onde começar e achou que poderia resolver tudo com um telefonema. Como conta o colunista Lauro Jardim (O Globo), o secretário teria ligado diretamente para Jorge Pellegrino, presidente da Academia Brasileira de Cinema.

Ele teria afirmado que o episódio de Democracia em vertigem (Petra Costa, 2019) não poderia ocorrer novamente e que o título escolhido deveria estar alinhado com a ideologia governista. Mal sabia ele que o documentário sobre o golpe havia sido inscrito pela produtora, a Netflix. Depois, foi enviada para a ABC uma carta da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood. Nela, a entidade reafirmava que somente ela faz a indicação do filme brasileiro, lembrando que o Governo Federal nada tem a ver com esse assunto.

Mario Frias versus Felipe Neto

Outra confusão protagonizada pelo secretário foi uma briga com Felipe Neto. O secretário de cultura do Ministério do Turismo do Governo Federal ameaçou processar o youtuber e a jornalista Fabiana Moraes, que o chamou de "otário".

Não demorou para o secretário descer do cargo e começar a trocar farpas com o produtor de conteúdo nas redes sociais.

The Sheriff não gostou de paródia

Por que alguém andaria armado pela Secretaria de Cultura? Segundo a Folha de São Paulo, Mario Frias já causou desconforto no ambiente de trabalho e assustou funcionários da Secretaria de Cultura ao andar pelo local com arma visível na cintura.

Dois meses antes, o humorista Marcelo Adnet entrou com uma queixa-crime contra o secretário especial da Cultura por injúria e difamação. O motivo do processo foram os comentários do ator após Marcelo Adnet fazer uma paródia sobre ele. A ação foi aberta no último dia 3 de março, na 42ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.

Lista extensa

Além das confusões já citadas, Mario Frias também acumula outros desafetos na classe artística. Nomes como Fernanda Paes Leme e Antônio Fagundes também não esconderam seu desprezo pelo secretário.

Tags

Autor