Mario Frias na Cultura: lista de confusões vai muito além de Jones Manoel
Episódio do secretário especial de Cultura envolvendo o historiador Jones Manoel não foi a primeira confusão envolvendo o ator
Nesta semana, Mario Frias causou revolta ao afirmar que Jones Manoel, historiador negro, precisava de "um banho". O episódio, porém, não foi a primeira confusão armada pelo secretário especial de Cultura, fiel escudeiro do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Nosso Drácula tupiniquim — lembrem-se da sua atuação como o vampiro em Os mutantes (Record, 2008) — já foi responsável por algumas confusões envolvendo a classe artística nacional, que denuncia a inoperância da pasta. Ele é o substituto de Roberto Alvim, demitido após copiar o discurso de Joseph Goebbels, Ministro da Propaganda na Alemanha Nazista.
Acusações de racismo contra Jones Manoel
Ao defender o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), citado em publicação de Jones Manoel, Frias afirmou não conhecer o pernambucano, mas sugeriu a necessidade de "um banho". O historiador, negro, denunciou a fala como racismo e ganhou apoio nas redes sociais.
Frias tentou se justificar: "Toda pessoa suja precisa tomar banho e não existe pessoa mais suja do que aquela que deseja e celebra a morte de um Chefe de Estado democraticamente eleito enquanto louva um genocida como Stalin".
Esqueceu, porém, que o próprio chefe, em entrevista, já desejou a morte de Dilma Rousseff (PT), quando ela ocupava o Palácio do Planalto e ele um assento na Câmara dos Deputados.
Intervenção malsucedida
Uma das primeiras confusões de Frias foi quando resolveu, de acordo com informações da Época e do O Globo, tentar intervir na escolha do candidato brasileiro ao Oscar 2021 de forma que a proposta deixaria a decisão próxima da ala militar governista. O ex-ator, porém, não soube por onde começar e achou que poderia resolver tudo com um telefonema. Como conta o colunista Lauro Jardim (O Globo), o secretário teria ligado diretamente para Jorge Pellegrino, presidente da Academia Brasileira de Cinema.
Ele teria afirmado que o episódio de Democracia em vertigem (Petra Costa, 2019) não poderia ocorrer novamente e que o título escolhido deveria estar alinhado com a ideologia governista. Mal sabia ele que o documentário sobre o golpe havia sido inscrito pela produtora, a Netflix. Depois, foi enviada para a ABC uma carta da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood. Nela, a entidade reafirmava que somente ela faz a indicação do filme brasileiro, lembrando que o Governo Federal nada tem a ver com esse assunto.
Mario Frias versus Felipe Neto
Outra confusão protagonizada pelo secretário foi uma briga com Felipe Neto. O secretário de cultura do Ministério do Turismo do Governo Federal ameaçou processar o youtuber e a jornalista Fabiana Moraes, que o chamou de "otário".
Não demorou para o secretário descer do cargo e começar a trocar farpas com o produtor de conteúdo nas redes sociais.
The Sheriff não gostou de paródia
Por que alguém andaria armado pela Secretaria de Cultura? Segundo a Folha de São Paulo, Mario Frias já causou desconforto no ambiente de trabalho e assustou funcionários da Secretaria de Cultura ao andar pelo local com arma visível na cintura.
Dois meses antes, o humorista Marcelo Adnet entrou com uma queixa-crime contra o secretário especial da Cultura por injúria e difamação. O motivo do processo foram os comentários do ator após Marcelo Adnet fazer uma paródia sobre ele. A ação foi aberta no último dia 3 de março, na 42ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.
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Lista extensa
Além das confusões já citadas, Mario Frias também acumula outros desafetos na classe artística. Nomes como Fernanda Paes Leme e Antônio Fagundes também não esconderam seu desprezo pelo secretário.