O Bragantino celebra 30 anos como referência no Mercado da Encruzilhada
Restaurante completa três décadas de existência
O Bragantino, point conhecido pelos recifenses amantes da convivência nos mercados públicos da cidade, completa três décadas de existência neste ano. Localizado no Mercado da Encruzilhada, o restaurante foi aberto pelo imigrante português Manoel José Alves.
A culinária, porém, não foi sempre a mesma. Começou com pratos restritamente brasileiros, mas não demorou para a aposta nos sabores tradicionais das terras d'além mar. Os anos agridoces, cujo amargor deu-se pela falta de clientes dispostos a conhecer iguarias como bolinho de bacalhau e arroz de polvo, só foi superado quando Manoel solicitou a Roberto Magalhães, então prefeito, a criação de uma Praça da Alimentação.
Foi o início de uma transformação que conseguiu atrair novos clientes. Dessa forma, não demorou para O Bragantino se tornar referência turística e gastronômica em Pernambuco. O próprio Manoel é um atrativo: trafega com desenvoltura única de mesa em mesa, levando conversa ao servir clientes. A esposa do português, Maria Eugênia, compõe vez ou outra o cenário lusitano.
Atualmente, eles contam com a ajuda das filhas Mônica, Adelaide e Flávia Nunes. Juntos, eles administram o negócio e resistem aos desafios da pandemia. Por quatro meses o bar não abriu, em obediência aos protocolos sanitários e em proteção aos proprietários, o idoso casal fundador.
“Abrir sem a presença dele é nosso maior problema. Pois as pessoas gostam de ouvir suas histórias”, comenta uma das filhas do casal. Aos poucos a dinâmica do restaurante vai se adaptando. Hoje o local já faz vendas por aplicativo e entregas, uma experiência iniciada no auge do fechamento causado pelo Coronavírus.
Rigorosos no respeito as medidas de segurança, a família de O Bragantino vai experimentado a volta com cautela. “Perdemos alguns amigos da casa, frequentadores. Mas estamos vivos e agradecidos pela oportunidade de abrir outra vez", comentou Flavia, que é completada pelo pai: "Mais do que nunca temos motivos para comemorar. Estamos aqui, vivos. Isso vale muitos brindes, não acham?”.
Mesmo se cuidando, ele faz uma ronda matinal pelo local, de máscara, e retorna para casa, onde aguarda seguro a tão esperada imunidade coletiva, ansioso pelo reencontro do fieis frequentadores do bar, que também esperam o retorno das conversas de Manoel junto com os disputadíssimos bolinhos de bacalhau.