IDADE

Gisele Tigre reflete sobre a chegada dos 50

A atriz volta a sua terra natal e se dedica a uma autobiografia

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Mirella Martins

Publicado em 14/08/2021 às 17:00
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 Giselle Tigre está em festa: são 35 anos de carreira, single recém-lançado, show novo, participação na novela "Gênesis" e velinhas de 49 anos sopradas no último dia 2. Agora se dedica a uma autobiografia comemorativa de 50 anos, reunindo fotos, memórias e reflexões sobre a vida "com textos curtos, leves e inspiradores", conta. Para registrar a fase atual, escolheu como cenário fotográfico a Usina de Arte, projeto conduzido por Ricardinho e Bruna Pessoa de Queiroz.

Paula Maestrali/DIVULGAÇÃO
Gisele Tigre no ensaio na Usina de Artes - Paula Maestrali/DIVULGAÇÃO

SAIBA MAIS

 Com 49 anos recém-completados, você agora começa a caminhada para meio século da vida. O que a Giselle de hoje diria a Giselle de 14 anos, estreante no Teatro de Amadores de Pernambuco?

-Ahh, eu recebi a grande lição lá no TAP, a de não me sentir muito importante só por ser artista e ter notoriedade. E a saber separar bem fama de sucesso. São coisas diferentes. Fama, representa como os outros te vêem e, sucesso, em como eu me vejo. Minha profissão é só uma parte de minha vida, mas não representa a completude do que ela realmente é e tem sentido pra mim.

- Como você avalia esse processo de maturidade. Há um ápice?

-Sim, ao mesmo tempo que o corpo começa a cair em decadência, o espírito segue em curva ascendente de compreensão, serenidade e lucidez, se você não se prender a matéria. Mas ninguém fala disso. Só a juventude é cultuada. Mas no fim, iremos todos envelhecerr. A questão é: quantos irão fazer esse processo bem? Ou vc vai se trancar no armário quando ficar velho? Mas esse processo pra quem sempre viveu da imagem é desafiador, reconheço. Se não morrer cedo, irei ficar velhinha e enfrentar esses desafios. É o que é.

- Que ideia de beleza você tinha da juventude e como você vê essa questão hoje? O que é a beleza?

Sempre tive a ideia desde muito jovem que a beleza é algo que vem de dentro. Quanto mais vivo, mais reforço essa ideia. Se agarrar a uma aparência é uma grande armadilha e sofrimento na certa. Por isso sempre enxerguei as pessoas e a mim mesmo pelo lado de dentro. Sabe a metáfora do bordado? O lado de dentro precisa ser não bom e harmônico quanto o lado de fora, se não, não é um bordado bem feito.

- Tem algum ritual diário que não abre mão?

-Meditação diária é o único ritual importante pra mim. A plena atenção é a minha receita para o bem viver. Com mais consciência posso fazer melhor minhas escolhas e o resto flui.

- O que o público pode esperar do livro comemorativo de 50 anos?

-Quero mesclar fotos incríveis de mais de 30 anos de histórias como modelo, atriz e cantora, pois reúno um acervo enorme que quero dar vasão, com memórias e refexões sobre a vida com textos curtos, leves e inspiradores.

- Você atua e canta, há alguma outra expressão artística que tens vontade de mergulhar?

- Compor, escrever e criar projetos artisticos. Essa seara tem crescido cada vez mais como impulso.

Algum sonho que ainda não realizou?

-Vários, vou seguindo tentando realizá-los na medida do possível no âmbito material . Mas vivo a vida dia a dia com muita intensidade e atenção espiritual e se minha vida fisica acabasse agora, já estaria bem satisfeita. Não tenho medo da morte, nem acho que seja uma coisa ruim e sei que ela pode estar logo a espreita, então vivo o momento presente como se fosse o último e ele de fato é. A vida é um colar de contas onde cada momento é único, inteiro e maravilhoso, com todo aprendizado que ele carrega. Estou atenta a isso. E a minha arte é a expressão desse sentimento. Se tivesse escolhido outra profissão, ainda assim, conduziria meu propósito de vida desta forma.

Paula Maestrali/DIVULGAÇÃO
Gisele Tigre no ensaio na Usina de Artes - Paula Maestrali/DIVULGAÇÃO

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