RELATO
'Novo normal' impõe desafios à paquera
Distanciamento e máscara inibem aquele fluxo de flertes a que estávamos habituados antes da pandemia... 'e tá tudo bem'
Cadastrado por
Romero Rafael
Publicado em 25/08/2021 às 21:26
| Atualizado em 26/08/2021 às 11:22
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A Terça do Vinil, que voltou em formato "de boinha", no Restaurante Catamaran, com todas as pessoas em mesas, sentadas, circulando minimamente (leia-se levantando-se apenas para ir ao banheiro, e de máscara, como deve ser), faz uma pessoa solteira concluir que era uma vez a paquera física como outrora. Jaz aquele fluxo de paquerinhas a que estávamos habituados antes da pandemia.
É preciso reinventar a paquera - pelo menos até que o distanciamento social e as máscaras sejam nossos pastores (e quase nada nos falte mais, sonhemos). Aquela voltinha para dar uma olhada geral e aquele 'chegar junto' estão inviabilizados. Que fique claro: aqui não há reclamação, há só uma constatação desse momento que batizam de 'novo normal'.
Os olhares para a paquera continuam, sim, livres. Mas, por força sanitária, eles não chegam muito longe. O radar diminui o alcance e capta apenas um entorno. Ou seja, é preciso ter sorte na vizinhança de mesa, ou nos caminhos cruzados - na chegada, na ida ao banheiro, no próprio banheiro (sob reciprocidade e com todo o respeito, pelo amor de deus) ou na saída.
Com máscara, também se perde (ou enfraquece) o primeiro referencial para o início de uma paquera: o famoso cartão de visitas. Restando aos solteiros paquera assegurada, de fato, apenas no modo online (mas, vamos combinar: melhor arriscar no ao vivo!). Quer dizer: se for só pra paquerar, fique em casa.
Mas, calma, no caso da Terça do Vinil, a gente pode ir por muitos motivos. Pelo reencontro com amigos (vacinados, de preferência) e com a música tocada pelo DJ 440, que deixa a gente ainda com algum orgulho de ser brasileiro. Também para ter uma experiência mais próxima, e possível, e responsável, das festinhas de que morremos de saudade, num local a céu aberto e com vento. E (agora sim) por, quem sabe, uma paquera rs.