Amor, reflexões e mais; confira os destaques deste sábado (11)
Confira os destaques da coluna social deste sábado (11)
Uma verdadeira aula sobre a cadeira número 39
"As Academias precisam de antiguidade. De antiguidade, tradição e memória. Sem memórias, não existimos." Assim começou José Paulo Cavalcanti Filho no seu discurso de posse à cadeira 39 na ABL, ontem, no Rio, compilando vários pensamentos de célebres autores. Com texto primoroso e digno de qualquer cátedra, o pernambucano foi ovacionado. Pela aula. Pelo mérito. Exalava felicidade, gratidão e sonho realizado. Estava milimetricamente arrumado, graças ao fardão de cambraia inglesa com fios banhados a ouro, além do fiel escudeiro: os óculos. Na plateia, vários pernambucanos fizeram questão de prestigiar: parentes, amigos e admiradores. Todos um pouco orgulhosos dessa conquista. Agora nossa também.
Antecessores
Seguindo a regra do art. 22 do Regimento Interno — que diz que o novo acadêmico "apreciará a personalidade e a obra dos patronos e dos antecessores" —, Zé Paulinho relembrou obra e vida de Francisco de Adolfo de Varhagen, o patrono, Manuel de Oliveira Lima, Alberto de Farias, Rocha Pombo, Rodolfo Garcia, Elmano Cardim, Otto Lara Resende, Roberto Marinho e Marco Maciel.
Marco Maciel
O conterrâneo Marco Maciel — de quem ele foi aluno na UFPE — teve capítulo especial na retrospectiva. Pela relação, respeito e grandeza. José Paulinho trouxe lembranças da vida e da política. "Que a cadeira com 1º e últimos ocupantes pernambucanos continue em nossas mãos."
O amor
Maria Lecticia Cavalcanti foi, claro, especialmente citada durante o discurso. Eles completaram 50 anos de casamento em janeiro (brincou dizendo que o segredo é obedecer). Ela ganhou um poema: "Maria Lecticia, a cadeira é sua!".
Aniversariantes
Zeferino Ferreira da Costa, Terezinha Soares, Paulo Roberto Monteiro, Haydée Camelo, Elma Salgado, Christienne Marie, Lúcia Arteiro, Fernanda Nicéas, Paula Losada e Karlla Barbosa.
Por lá
Difícil nomear todos os presentes à posse de José Paulo Cavalcanti Filho, ontem, no Rio de Janeiro. Entre eles, Gracita Brennand com os filhos Lourdes e Ricardo, acompanhado de Cecília; além de Clara e Marcos Dubeux, Mônica Guimarães e Armando Monteiro, Cláudia e Gerson Lucena; Roberta e Bruno Maranhão, Margarida Cantarelli, Teresa Duere, Lourival Holanda.
Para tietar
Não é todo dia em que se encontra gente do naipe de Nélida Piñon, diante de quem o próprio José Paulo se curvou, numa reverência. Assim como Fernanda Montenegro e Gilberto Gil. A dama do teatro, aliás, se recupera de um acidente que lhe quebrou três costelas. Só não podia abraçar. Comentou que gosta muito de Pernambuco. Aqui gravou, inclusive, Central do Brasil.
Jurídico
Jurista, José Paulo foi prestigiado por nomes como Mauro Campbell Marques, Og Fernandes e Marcelo Navarro, todos do STJ, além de Cândido Saraiva, do TJPE. Também Fernando Ribeiro Lins, presidente da OAB-PE, e Carla Patrícia, ex-superintendente da Polícia Federal em Pernambuco.
A obra
Antes da solenidade, José Paulo comentou sobre seu próximo livro. "Estou morrendo de rir ao escrever." Traz conversas que ele teve pela vida com pessoas simples a presidente da República. "Estamos vivendo um momento tão pesado do País que, se eu fizer com que as pessoas deem um riso, estarei recompensado."
Lembrança
Todos os presentes saíram com um livro contendo o discurso completo escrito por José Paulo para a posse. São 66 páginas. Esgotou.
Reflexões 1
O agora imortal José Paulo também trouxe, em seu discurso, reflexões importantes sobre o que é o Brasil — em todos os sentidos — e qual seria o papel da Academia Brasileira de Letras, fora o de defender a língua portuguesa e a nossa cultura.
Reflexões 2
"É ir além. É compreender novas formas de expressão em permanente processo de mudança. É compreender a própria linguagem como fator de unidade nacional e assumir o dever de uma integração permanente entre os tantos brasis", destacou na sua fala.
Rápidas
A mesa de doces pernambucanos preparados por Maria Lecticia Cavalcanti deu um toque especial à noite — e levou os convidados a saírem da dieta para se lambuzar com nossos maiores quitutes.
O bufê, assinado por Ecila Antunes, aliás, servia mais comidinhas de cá, como beiju com carne de sol.
Os acadêmicos, assim que chegavam ao Petit Trianon, subiam para a antessala, no segundo andar, onde eram servidas frutas e uma sopinha quente, para o Rio de baixa temperatura.
Anna Maria Maciel foi citada por José Paulo Cavalcanti em seu discurso. A viúva de Marco Maciel foi a primeira pessoa a ligar para ele quando foi eleito para a ABL.
O conterrâneo e também imortal Marco Vinicios Vilaça foi outro nome citado. Preparou o discurso de abertura, mas por razões médicas não pode estar presente.
Nélida Piñon e Zuenir Ventura foram os confrades que levaram José Paulo até o púlpito.
Entre os presentes, Rui Couceiro, editor de Zé Paulo, que viajou de Portugal.