Filha contrata falsa vidente e dá golpe milionário na mãe; entenda
Filha da vítima ajudou no golpe de R$ 725 milhões e manteve mãe em cárcere privado
Na manhã da última quarta (10), a Polícia Civil realizou a operação 'Sol Poente' para prender integrantes de uma quadrilha que aplicou um golpe milionário em uma idosa de 82 anos.
O golpe teve o valor estimado em R$ 725 milhões entre obras de arte, joias e dinheiro e a mandante do crime foi sua própria filha.
Segundo a investigação, as golpistas se passavam por videntes e faziam promessas para reatar relacionamentos, promoções em empregos e desfazer maldições espirituais e depois, exigiam grandes quantias de dinheiro.
Entenda o caso
De acordo com o inquérito, tudo começou em janeiro de 2020, quando a idosa saia de uma agência bancária em Copacabana quando foi abordada por uma vidente.
A vidente é Diana Rosa Aparecida Stanesco Vuletic, de 37 anos, e na ocasião disse a idosa que sua filha estava doente e morreria em breve.
A mulher então foi convencida a jogar búzios com a suposta vidente, mas começou a desconfiar depois que ela perguntou se a filha tinha objetos de valor em casa. Logo, não quis realizar o pagamento pedido para que a herdeira 'se livrasse do mal'.
Cárcere
Após contar toda a história a filha ela foi mantida em cárcere privado em seu apartamento entre fevereiro de 2020 e abril de 2021.
Nesse tempo, a herdeira, responsável por articular o golpe, passou a vender obras de artes que pertenciam a mãe para uma galeria em São Paulo.
Durante o cárcere, a idosa era agredia pela filha, privada de comida e chegou a ser ameaçada com uma faca no pescoço para realizar a transferência de dinheiro.
A Filha
A mandante do crime se chama Sabine Boghici, atriz e herdeira de um dos maiores colecionadores de arte do país, Jean Boghici.
Segundo a polícia, Sabine enfrente sérios problemas psicológicos desde a adolescência, como depressão, ansiedade e crises de pânico.
Nas redes sociais, ela compartilha fotos com seus pets e divulgava abrigos de animais.
Obras de arte
Entre as obras levadas pela filha para a venda estavam: 'O Sono', de Tarsila do Amaral; 'O menino', de Alberto Guignard; 'Mascaradas', de Di Cavalcanti; 'Maquete para o meu espelho'; de Antônio Dias; e 'Elevador Social'; de Rubens Gerchman.
Um deles, "Sol Poente", de Tarsila, batiza a operação. A obra é avaliada em R$ 250 milhões e estava sob o estrado da cama de um dos suspeitos.
Duas obras foram vendidas para o Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires, e ainda não foram recuperadas.
O Deapti intimou o responsável pela galeria de São Paulo, que devolveu todos os quadros que não foram vendidos. Sendo assim, a idosa conseguiu recuperar 40% do valor roubado.
Prejuízo
A polícia estima que o prejuízo da idosa chegou a R$ 725 milhões, que se dividem da seguinte forma:
- Roubo de 16 quadros – R$ 709 milhões;
- Roubo de joias – R$ 6 milhões;
- Pagamento pelos "trabalhos espirituais" – R$ 5 milhões;
- Transferências sob ameaça – R$ 4 milhões.
Quem são os presos:
- Sabine Boghici;
- Gabriel Nicolau Traslaviña Hafliger;
- Jacqueline Stanescos;
- e Diana Rosa Stanesco, mãe de Gabriel.